Nascido e criado no Vidigal, favela localizada na Zona Sul do Rio, Okami conta que a música lançada em parceria com a 'rainha Kely' dialoga com diversos sentimentos como traumas, dores, alegrias e sonhos e que "nenhuma pessoa de fora, 'sinhô' ou 'sinhá', é capaz de ter, sentir ou tocar". Comentando o trabalho realizado, ele desabafou que sempre pensa sobre a ideia de unidade e que "esse projeto não teria acontecido sem o Max, que realizou o clipe; sem o Patrick Zaun, que fez a produção musical; sem Kely, minha parceira na música ou sem minha esposa Renata Dornelles, que também é minha produtora executiva".
"Tenho tentado falar da beleza da nossa favela, do amor que a habita, da gentileza com o outro, dos gestos cheios de afetividade, cuidados, sorrisos, das nossas crianças e dos abraços que a covid-19 impede; coisas que, ao que parece, não pode: falar de coisas bonitas de dentro da favela", compartilha o carioca. "Ser cria de uma favela, ainda mais você sendo uma pessoa preta, só aumenta o trauma e o desejo de tocar as coisas ditas bonitas. Porém, para tocá-las, é preciso ter esperança e isso só enxergamos nos bairros ricos", complementa.