- Carlos Sales / Divulgação
Carlos Sales / Divulgação
Por O Dia
Rio - Mergulhada nas simbologias venusianas, do planeta e da deusa, Mariana Degani acaba de lançar OPERA VENUS. Diferente de FURTACOR, seu primeiro disco, esse foi pensado, criado e produzido como um projeto em sua totalidade.

De forma não linear, o processo criativo surgiu de anotações, desejos sobre o tema, frases e pedaços de poesia que a artista foi, ao longo do tempo, colecionando. Daí, coube ao produtor Remi Chatain transformar imagem em som. Com exceção de 'Canto às Vadias' – que ganhou um remix assinado por Alejandra Luciani - todas as outras faixas são inéditas e pensadas especialmente para esse registro cênico-musical.

Do começo ao fim, o álbum se vale da antropofagia, com recortes e colagens que dão o tom de um "trop-hop", isto é, um trip-hop-tropicalista com algumas pitadas de trap. Os beats e arranjos têm sua gênese na interação da voz com as primeiras linhas de baixo criadas para uma primeira audição das canções no ano passado.

"Esse trabalho foi gestado em 2019. E ele nasce num momento em que o planeta nos mostra que a forma como temos nos organizado, como sociedade, não vai bem. OPERA VENUS é OBRA e OPERAção para a criação de um novo mundo, com influências e princípios que são símbolo do amor, da beleza, do prazer, da fertilidade e do feminino".

Nesse sentido, a cantora faz um chamado às mulheres - e às que habitam dentro dos homens – para a transformação, numa perspectiva utópica de entendimento, acolhimento e serenidade, em oposição à escalada distópica, conflituosa e mesquinha a que assistimos. "Desde há muito tempo, nossa cultura tem sido hegemonizada por uma visão competitiva, destrutiva e violenta - que não por coincidência, são os atributos relacionados à virilidade masculina -, embrenhada em todas as dimensões da vida social, que prejudica toda a humanidade e impede um convívio mais harmônico entre humanos. Por isso, faço um chamado ao trabalho do feminino que opera entre e dentro de nós", completa.

Ao mesmo tempo que se dedicava ao álbum, Mariana Degani gestava um bebê. Nina, que nasceu depois de pronto o trabalho, é também o fruto desta OPERA VENUS. "Acho que é por isso que o disco carrega essa coisa tão elementar que é a vida, a expectativa do 'o que será?' e os questionamentos incontornáveis 'de onde ela vem?', ou do famoso 'existirmos: a que será que se destina?', do Caetano", finaliza.

Gravado no Estúdio Guevara, de forma independente, OPERA VENUS já está disponível em todas as plataformas de música. Com duas faixas co-produzidas por Paiva Prod, o disco foi mixado por Alejandra Luciani e masterizado por Maurício Gargel.

Ouça aqui: https://youtu.be/5ytknTvTVIw