Adriel faz resenha de livros em sua página no Instagram
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Adriel faz resenha de livros em sua página no Instagram Reprodução
Por Juliana Pimenta

Rio - Na semana passada, George Floyd, um homem negro, foi assassinado por um policial branco nos EUA. Após sua morte, diversos movimentos antirracistas ganharam força ao redor do mundo. Nos últimos dois dias, a hashtag #blacklivesmatter (#vidasnegrasimportam, em português) dominou as redes sociais como forma de pedido de justiça e apoio à igualdade racial. No Brasil, a rotina não é diferente. Além de tirar vidas, o racismo se manifesta na tentativa de destruir sonhos.

Aos 12 anos, Adriel Bispo também foi vítima de racismo mas, com o incentivo de campanhas virtuais, tem conseguido dar a volta por cima. Responsável por um perfil em que faz resenha de livros (@livrosdodrii), o adolescente foi alvo, na semana passada, de comentários criminosos que tinham o objetivo de desqualificar seu trabalho. "Quando sofri os ataques racistas, fiquei bem triste. Eu falei com minha mãe, e ela disse que não era para dar cartaz para esse tipo de coisa, mas eu fiquei tão revoltado que resolvi postar", revela Adriel que, com o apoio da família, já registrou boletim de ocorrência para que o autor dos crimes seja identificado e punido.

Apoio à distância

Criada logo após os ataques, a corrente de solidariedade consiste em dar destaque ao trabalho de Adriel. E, em uma semana, o seu perfil no Instagram passou de 240 seguidores para mais de 760 mil seguidores. "Eu criei o perfil há quase três anos. É um Instagram literário, que uso para compartilhar minhas leituras. E eu leio de tudo, acho que a leitura é um tipo de conhecimento que não pode ser limitado", argumenta o adolescente baiano, que já percebe que sua vida mudou.

"Famoso é uma palavra muito forte, mas, com certeza, estou com mais influência. E quero usar isso para ajudar minha família, ajudar em casa mesmo. Até tenho alguns projetos, mas por enquanto está tudo na minha cabeça", destaca Adriel, que além de receber livros novos de diversas editoras, agora conta com seguidores de visibilidade internacional, como Gisele Bündchen, Bruno Gagliasso e Preta Gil.

Aliás, Preta faz questão de endossar o trabalho do adolescente. "Eu vi o que aconteceu com o Adriel e automaticamente comecei a seguir. Acho importantíssimo o apoio que ele está recebendo. Ele é um menino inteligentíssimo, interessado por literatura e que com certeza vai fazer a diferença no nosso país. Eu me coloquei à disposição para qualquer tipo de apoio que ele precisar. É triste que ele tenha passado pelo racismo, mas ele se mostrou grandioso nessa história toda. E o racista foi reduzido a nada", enfatiza a cantora.

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