Rio - Sucesso no stand up comedy, o humorista Thiago Ventura acaba de estrear 'Pokas', seu novo especial de comédia, uma produção original para a gigante do streaming Netflix.
"O convite foi como uma peneira de jogo de futebol. Alguém lá da Netflix que entende de stand up foi assistir ao meu show solo e, no final da apresentação, ele achou que merecia virar um original. Então as pessoas realmente foram assistir, gostaram e é com muita alegria que a gente está dentro", comemora o comediante de 31 anos ao falar da visibilidade internacional que o seu trabalho acaba de ganhar.
"É uma experiência diferente demais saber que o meu show, o meu trabalho, vai chegar em muito mais gente. Quando eu ainda trabalhava em banco, eu pensava: 'Se eu conseguir pagar minhas contas trabalhando com comédia, eu vou ser o homem mais feliz do mundo'. E agora o mundo vai entender o quanto eu estou feliz com isso tudo", explica Thiago que comemora a tardia valorização da cultura de quebrada.
"Na minha opinião, as pessoas sempre riram da quebrada. Hoje, a gente vai se apresentar com o mundo rindo com a quebrada. A diferença entre o 'com' e o 'da', isso sim é uma diferença absurda", defende o talento de Taboão da Serra, periferia da zona Sudoeste do estado de São Paulo.
Conexões
Com mais de 4,5 milhões de inscritos no Youtube, o comediante tenta explicar o grau de identificação entre o seu trabalho e o público.
"Eu acredito que a maioria dos comediantes de stand up busca criar essa conexão com a vida real, porque na comédia stand up você precisa ser original para que as pessoas entendam que você está sendo você. Depois que eu comecei a ser eu, as pessoas compraram a minha ideia. Então essa identificação, da pessoa olhar meu show e sentir que me conhece é realmente o grande diferencial. Talvez esse negócio faça com que as pessoas me vejam e falem: 'Pô, esse moleque parece comigo, gosto dele'. E isso é demais!", analisa Thiago.
Isolado
Com dedicação exclusivamente voltada para a divulgação do original da Netflix, Thiago promete fazer o possível para entreter seu público das redes sociais no restante do período isolamento.
"Eu vou ter pouco conteúdo de stand up sem poder fazer show, mas vou promover algum tipo de interação e sempre vou conversar com o meu público. Não é só porque não estou fazendo show que eu faleci, estou só esperando a pandemia passar. Vou continuar fazendo conteúdo o mais perto de stand up possível", avisa o comediante que sente falta dos palcos.
"Eu aceitei a minha realidade. Estou deixando de ganhar muito dinheiro, mas depois de 100 dias, percebi que só estou pagando contas e não está entrando mais nada. Quero voltar a fazer show não só pela questão artística, mas também para pagar as contas", destaca.
