O ator Cezar Maracujá tem o dom de fazer rir. Aos 30 anos ele já tem sua carreira consolidada, com participações mega divertidas em vídeos nos canais Parafernalha e Ixi, ambos com milhares de inscritos. Recentemente, contudo, o comediante teve a ideia de retratar em suas redes sociais, de forma positiva (e bem humorada!), o cotidiano do bairro de Realengo, onde vive.
No Instagram (@cezarmaracuja), que conta com 190 mil seguidores, ele revela, por exemplo, "Verdades sobre 'nosso país Realengo'". Em um dos vídeos, com quase 40 mil visualizações, entrega: "Se você mora numa casa que o muro nunca foi pichado, você não mora em Realengo". Ou então, "Realengo tem muito frango assado. Final de semana toda esquina tem", ou ainda "Se você sabe dirigir em Realengo, você sabe dirigir em qualquer lugar do mundo. Tem uns cruzamentos que é tipo na Índia, não tem sinalização nenhuma".
Tirar sarro do bairro, com todo carinho, claro, é uma maneira de homenageá-lo. No rol de assuntos, tem de tudo: costumes, pontos turísticos, curiosidades etc. Ia tudo muito bem, até ter uma pandemia no meio do caminho. Além da preocupação com o próprio trabalho, já que o meio artístico sofreu um duro golpe por conta da paralisação dos projetos, ele se compadeceu também dos comerciantes locais.
Foi aí que surgiu a ideia de criar conteúdo para ajudar os pequenos empresários e promover descontos para os consumidores. Todo mundo sai ganhando. "Faço algo que estimula a economia de forma circular. Sempre que divulgo algo, peço para que os envolvidos deem um desconto nos produtos para os meus seguidores, pois assim todos se ajudam. Isso é primordial. A ajuda mútua. Dessa forma, auxilio com meu perfil que produtores locais alavanquem as vendas", conta.
A iniciativa tem movimentado o comércio e aproximado novos clientes. Com bom humor, Maracujá mata três coelhos com uma paulada só: gera conteúdo, impulsiona a economia local e ainda amplia seu alcance. De março a junho, ganhou mais de 40 mil seguidores. E tudo indica que o projeto continuará avançando após a pandemia: o ator tem sido procurado diariamente por novos comerciantes do bairro.
"O comércio aproveita o espaço para se aproximar do público. Muitas vezes as pessoas têm um bom serviço na localidade, mas encontram dificuldade em se tornarem conhecidos. O humor pode também ser um canal de comunicação entre marcas e consumidores", avalia o ator, que divulga todo tipo de negócio, de fornecedores de churrasco a produtos de limpeza, passando por docerias, hamburguerias, produtos tecnológicos, depósito de bebidas e de água.
Em um dos posts, escreveu: "Tamo junto, rapaziada, diretamente aqui do meu país, Realengo. Hoje vai rolar 'churrasquin' no telhado, lembrando que quem falar no direct deles que veio por mim, tem 5% de desconto. Aproveita que amanhã é domingo". A maioria das fotos com produtos são feitas no telhado da casa do ator. Qualquer semelhança com o nome de sua produtora, "Na Telha", não é mera coincidência.
Para afastar a tristeza
"Sem máscara tu já é feio, hein. Agora, com máscara, parece que tu tá sem". "O que é o coronavírus quando entra na igreja? Coroninha". "Ô, meu sobrinho, sabia que a Branca de Neve agora tem só seis anões? O Atchim tá de quarentena". A frases hilárias do personagem 'Tiozão' confirmam que o comediante quer alegrar os seguidores, principalmente num momento em que todos precisam aliviar as tensões.
Maracujá acredita que é fundamental as pessoas continuarem se cuidando, principalmente pelo fato de que a Zona Oeste é a mais afetada pela pandemia na cidade. Ele se diz exigente quando o assunto é saúde. "A pandemia nos trouxe um momento de renovação. Uma oportunidade para nos reinventarmos", ressalta.
Na quarentena, o artista tem se dedicado à gravação dos conteúdos de comédia e entretenimento, o que, para ele, é uma maneira de distrair a cabeça e levar alegria para o público. Um dos personagens que tem bombado é o 'Claudinho 12 conto', um projeto do Raphael Ghanem, o Baby Beef.
Para depois que o período de isolamento social acabar, o comediante já tem um projeto na cabeça: fazer um show em Realengo e lotar. "Quero testar todas as piadas novas que estou escrevendo nessa quarentena sobre nosso bairro e o subúrbio, e ver o pessoal rindo. É isso que eu desejo", finaliza.
