Ódio, desejo, sonho e ternura. A mistura de sentimentos e confusão que agradou ao público por cinco anos volta ao ar hoje, às 23h15, com a reprise de 'Tapas & Beijos' na Globo. "Acho que o nosso programa envelhece bem graças aos criadores. Porque, mesmo em 2011, já tinha uma questão de representatividade. São coisas que hoje as pessoas procuram, mas naquela época já se identificavam", destaca Vladimir Brichta, que vive o Armane na série.
Essa questão, no entanto, vai muito além do protagonismo feminino, segundo o autor. "Os dramas pessoais dessas mulheres independentes, que focavam no trabalho e buscavam ser felizes no amor, são valores que continuam importantes. Na série, também quis abordar o ambiente de trabalho, as relações que você cria ali, onde descobre grandes amizades e amores", explica Claudio Paiva, que atribui a esses fatores a identificação do público com Fátima (Fernanda Torres) e Sueli (Andrea Beltrão).
E, por falar nas protagonistas, o que não falta são boas lembranças de todos os detalhes da produção. "A cidade cenográfica representando Copacabana era incrível, as pessoas sempre me perguntavam onde ficava no bairro aquele quarteirão... Os figurinos de Fátima e Sueli também eram impecáveis... A roupa rosa, elas pareciam duas bonecas, lembro que adoravam isso", recorda Fernanda Torres.
Alívio cômico
Além da reprise de 'Tapas & Beijos', a emissora voltou a reexibir outras comédias como 'Zorra', 'Toma Lá, Dá Cá' e 'Cine Holliúdy'. Para Claudio Paiva, o retorno de programas humorísticos é fundamental em tempos de crise.
"Os tempos bicudos exigem comédia, não tenho a menor dúvida quanto a isso. O material que a gente assiste todos os dias é absolutamente triste e trágico, além de todo esse medo constante que a gente vem vivendo. Ter comédia na televisão nunca foi tão necessário. O público gosta e precisa, agora mais do que nunca", argumenta o autor que, em tom de brincadeira, faz uma previsão sobre a vida das protagonistas nos tempos atuais. "Hoje, elas estariam na fila da Caixa buscando o auxílio emergencial e tocando um rebu, porque a Djalma Noivas não aguentou a crise e fechou", ri.