Elenco de 'Choque de Cultura'
 - David Benincá / Divulgação
Elenco de 'Choque de Cultura' David Benincá / Divulgação
Por Filipe Pavão*
Rio - Os nomes mais conhecidos do transporte alternativo do país estão de volta às telinhas e trazem uma novidade: falar exclusivamente do cinema nacional. Todas às sextas, às 21h45, no Canal Brasil, os personagens Rogerinho do Ingá (Caito Mainier), Renan de Almeida (Daniel Furlan), Maurilio dos Anjos (Raul Chequer) e Julinho da Van (Leandro Ramos) prometem muita diversão enquanto analisam filmes brasileiros e vivenciam seus próprios dilemas.
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“Não só estamos falando de cinema brasileiro, que a gente sempre quis tratar com profundidade e tempo para se debruçar em todas as questões que tocam o audiovisual nacional em um momento que ele está sendo atacado, mas também tem a questão de gravar no formato que a gente gosta, mais simples, no qual as ideias são o carro-chefe”, diz Caito Mainier em comparação ao formato de talk show usado na temporada passada enquanto estavam na Rede Globo.
Nesta temporada, eles destacam o resgate do formato clássico do programa, que fez o projeto se tornar um grande sucesso na internet lá em 2016, possibilitando convites para a exibição na TV nos anos seguintes. Além disso, eles ressaltam a constante evolução dos personagens, que possuem personalidades peculiares e anseios por filmes com explosões e cenas pirotécnicas.
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Escolha dos filmes
Se tem um personagem que está feliz com a proposta da nova temporada, é o Maurilio. O ator Raul Chequer o define como “um motorista com aspirações artísticas de ser um grande crítico de cinema e intelectual. É um grande nacionalista da sétima arte”. Desde a primeira temporada, ele enaltece o audiovisual brasileiro e briga com Renan, personagem que afirma que “Hulk 2” é um filme ruim somente pelo fato de ter sido gravado no Brasil.
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Tanto para o personagem quanto para o ator, selecionar um número pequeno de filmes foi difícil, levando em consideração toda a produção diversa que há em nossa história. No total, são 12 episódios inteiramente dedicados ao cinema brasileiro. O 10º episódio conta com a exibição do prêmio “Gurgel de Bronze”, que vai para uma eclética seleção de filmes, desde "Xuxa e os Duendes" até "Heleno". Já os dois últimos episódios mostram cenas não utilizadas ao longo da temporada.
Na estreia, o público pode esperar uma análise dos dois filmes de “Tropa de Elite”, do diretor José Padilha. A sequência vai servir como o pontapé para eles falarem de filmes populares, alguns mais antigos e outros mais recentes. O emblemático “Bacurau”, o clássico “Cidade de Deus”, "Central do Brasil" e a derrota de Fernanda Montenegro no Oscar, além dos filmes de Glauber Rocha e o Cinema Novo estão no caldeirão que é esse script. Tudo isso junto a citações que envolvem filmes musicais, Supla, Rodrigo Santoro, Adam Sandler e outras conexões que só esses pilotos podem imaginar.
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Processo criativo
Em uma temporada com “muitos acontecimentos marcantes e inquietantes das relações entre os personagens”, como afirma Daniel Furlan, o elenco reforça que o processo criativo é totalmente coletivo, além de ter sido feito por meio de videochamadas devido à pandemia do novo coronavírus.
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“Nós escrevemos juntos e depois de todo mundo ter gravado, a gente ficou com a sensação de que a gente conseguiu voltar à essência dos textos mais rústicos do 'Choque', sem que isso fosse uma preocupação. Algo novo e com alma de primeira vez”, afirma Leandro Ramos.
Eles não descartam que o debate em torno dos filmes possa levantar o interesse da audiência sobre o cinema nacional, principalmente por ter um público tão jovem que assiste o programa e conhece pouco de filmes como "Central do Brasil".
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* Estagiário sob supervisão de Tábata Uchoa