Adriana Esteves na segunda fase de Amor de MãeDivulgação/Globo

Por Filipe Pavão*
Rio - “Amor de Mãe” retorna às telinhas um ano depois de sua paralisação devido à pandemia da Covid-19. E não poderia ter um momento mais adequado: o mês em que se celebra o Dia Internacional da Mulher. O público pode, mais uma vez, ver em cena uma trama que coloca mulheres reais como protagonistas, com seus momentos de luta e também de fraqueza. Adriana Esteves, que interpreta a mãe possessiva de Danilo, Thelma, destaca a sororidade que existe na trama de Manuela Dias.
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“Somos guerreiras cheias de força e de fragilidades tanto na vida como na novela da Manu, que tem a característica de falar da realidade. É muito bonito como ela apresenta esse momento feminino com tantas mulheres fortes, guerreiras e frágeis também. E a sororidade fica evidente na novela. Chega um momento que uma [personagem] precisa da ajuda da outra e elas se fortalecem. Até no caso da Thelma e da Lurdes, que vão ter um embate muito forte pela disputa do amor do filho, a briga delas é com dor porque é uma saudade da amizade. Existe amor entre elas”, conta a atriz.
Para Adriana, que completou 51 anos de vida, essa união feminina da história da novela representa o que ela vivencia no dia a dia. A atriz ainda compartilha uma reflexão sobre a sua jornada pessoal e profissional ao dizer que sua vida ficou mais “gostosa” na fase adulta justamente por enxergar mais união feminina.
“Fui criada ouvindo coisas horríveis, resquícios causados pelo machismo, de que mulher não era amiga de mulher. É tão bonito e tão gritante ver que a gente foi se libertando desse sofrimento que botaram na gente. Muito da minha trajetória tem um pouquinho de solidão por faltar esse lugar de acreditar que somos mulheres e que podemos nos apoiar, nos amar e nos admirar. Hoje, eu não vou mais encontrar alguém que vai competir comigo e sim para me dar a mão e fazer coisas boas e bonitas juntos”, diz Adriana.
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Nova Carminha?
A última cena da primeira fase da novela mostrou que Thelma é capaz de fazer qualquer loucura para manter guardado o segredo de que seu filho Danilo (Chay Suede) é, na verdade, o filho que Lurdes (Regina Casé) tanto procura, o Domênico. Na cena, Thelma atropela Rita (Mariana Nunes) que havia descoberto o segredo. Questionada se as vilanias da personagem vão transformá-la em uma “nova Carminha”, vilã que interpretou em “Avenida Brasil” (2013), ela destaca que são contextos diferentes.
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“Quando eu começo a fazer um trabalho e recebo uma personagem, eu não penso muito se ela vai ser vilã ou heroína, eu tento construir aquela pessoa. Se ela é escrita de forma humanizada, não é importante se ela vai fazer vilanias ou não porque está tudo dentro de um contexto coerente. Não me preocupei [com comparações] porque elas são naturalmente diferentes”, conta Adriana, sobre a personagem da novela, que retornou à TV no início do mês com um resumão da primeira fase e volta com os capítulos inéditos no dia 15.
Lembranças das gravações
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Adriana fala sobre o retorno das gravações no segundo semestre de 2020 e a vontade de dar um desfecho para a trama de Thelma. "A gente ficou com o personagem guardadinho e estava cheio de vontade de botá-lo para fora. A gente voltou com mais entusiasmo, com muita vontade de finalizar a história e dar um desfecho. Dentro do nosso coração, a história ainda não tinha terminado”, conta a atriz.
Ela ainda relembra o momento em que reencontrou Chay Suede, seu filho na ficção, dentro do set. "No primeiro dia que a gente se viu, de máscara, na cidade cenográfica, o Chay ficou um pouquinho longe de mim e falou: ‘Mentira, a gente não vai se abraçar?’. A gente ficou com uma distância e uma dor no coração... Nesses quatro meses de gravações, a gente chegava e falava: 'É verdade? A gente não vai se abraçar?'. Mas no dia em que fazia o teste, a gente roubava e dava um apertãozinho no braço", conta Adriana.
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* Estagiário sob supervisão de Tábata Uchoa