Naldo lança documentário sobre sua trajetória no funk: 'Tem o lado do ser humano que erra e acerta'
Com 21 anos de carreira, cantor revive suas histórias desde os primeiros bailes na favela até o sucesso
Naldo Benny abriu o baú de memórias para revisitar o passado e contar os altos e baixos da sua vitoriosa carreira no documentário Naldo, O Filho da Maré, já disponível no YouTube. O projeto reforça ainda mais as raízes dele com a favela onde nasceu e apresenta o lado mais humano do cantor: a vida por trás de quem marcou gerações e transformou a cara do funk em 21 anos de estrada.
Cria da Nova Holanda, no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio, Naldo conheceu o verdadeiro sucesso em 2011, com hits como Exagerado e Chantilly. Mas a história dele na música começou lá nos anos 90, ao lado do irmão, Lula. Afinal, quem não se lembra da dupla Naldo e Lula? "Queria contar um pouco da minha relação de superação e do que aconteceu até chegar aqui. Existe o lado artista, mas também tem o lado do ser humano que erra e acerta. Acima de tudo, há uma questão forte de fé, de que o sonho pode ser possível", afirma.
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Comemorando 42 anos de vida amanhã, o carioca tem uma trajetória que se entrelaça com a Maré. Afinal, foi por ali que ele começou a cantar e a entender qual caminho deveria seguir. "Eu sou realmente cria. Tenho lembranças de moleque quando jogava bola, os primeiros festivais do rap com o Lula. Eu amo aquela terra ali e torço para que eu continue sempre voltando. Tem um lado afetivo muito forte", ressalta o cantor, que leva alegria para o moradores do local ao se apresentar, há alguns anos, por lá no Natal e no Dia das Crianças.
Mas nem tudo são flores. Afinal, Naldo conhece de perto as dores e as delícias de viver numa favela. "Me ensinou muito a dureza da vida. Me fez ser mais homem, mais forte. A gente cresce com tudo que tem: o lado certo e lado errado. É o lado do crime, da dificuldade que a vida apresenta ali. Eu fui trabalhar com 9 anos, fui engraxate. Desde cedo, vi meu pai trabalhando muito. Decidi seguir o lado honesto, trabalhador", destaca.
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Hoje, observando de fora, Naldo avalia que os problemas da comunidade continuam os mesmos de quando morou lá, há 15 anos. "O povo sofre muito por questões que não precisavam. A gestão de quem tem que fazer um trabalho, de cuidar do povo e não faz. A atenção é zero dos governantes."
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'O FUNK GANHOU O MUNDO', COMEMORA
l Naldo está sempre revolucionando seu trabalho e ressalta a importância das suas músicas para o surgimento do funk pop. "Eu visto a camisa de responsável por essa evolução. O funk realmente ganhou o mundo. Só que, de 2011 para cá, passou a existir uma indústria. Eu peitei quando gravei meu DVD com banda, bailarinos. Batalhei pelos cachês. A Anitta e a Ludmila deram sequência. A gente formou um gênero", diz o cantor, que realizou três projetos musicais só no ano passado e, agora, está prestes a lançar um trabalho de voz e violão, o No Flow Acústico. "Tenho tara de produzir e criar. Nesse trabalho, canto minhas músicas e de outros artistas, tipo Stevie Wonder, Alicia Keys, Djavan, Lulu Santos, Roupa Nova. Faço tudo com muito amor."
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