Oscar 2021 premia chinesa Chloé Zhao e atores não-brancos; Confira vencedores!
93º edição da premiação foi a primeira durante a pandemia e foi marcada pelo triunfo da cineasta chinesa
Por Estadão Conteúdo │ Ubiratan Brasil
São Paulo - Foi um ano como nenhum outro e a cerimônia da 93ª edição do Oscar, realizada em Los Angeles, na noite do domingo, 25, refletiu tal ineditismo: além de evitar discursos de agradecimento por Zoom, apostando na vitalidade humana de um evento presencial, a festa tornou-se histórica ainda por celebrar a cineasta chinesa Chloé Zhao, a primeira mulher a receber quatro indicações em um mesmo ano e a vencer como diretora e, principalmente, o prêmio de melhor filme, por Nomadland.
Em seu discurso, Chloé Zhao agradeceu a todos da equipe pela aventura e lembrou que, quando era criança, costumava fazer um jogo de memorizar poemas chineses. Um deles falava que as pessoas ao nascer são boas. "Às vezes, pode parecer que não é verdade, mas eu sempre encontrei bondade nas pessoas. Dedico o prêmio para todos que têm a fé e a coragem de se manterem bons e enxergar a bondade nos outros."
Também foi marcante a vitória, nas categorias de atuação, de artistas experientes como Frances McDormand (Nomadland) e Anthony Hopkins (Meu Pai) - não tão favoritos - e de Daniel Kaluuya (melhor ator coadjuvante por Judas e o Messias Negro), além da veterana coreana Yuh-Jung Youn, de 73 anos, que ficou com o Oscar de melhor atriz coadjuvante, por Minari, repetindo seu bom humor no discurso de agradecimento: "Como eu posso ter vencido Glenn Close?", questionou-se ela, arrancando gargalhadas da plateia que, distribuída em mesas, fez lembrar a forma de premiação do Globo de Ouro.
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Os organizadores, aliás, se esforçaram para fazer desta a mais inclusiva das edições do Oscar, como a presença da atriz Marlee Matlin para anunciar o vencedor de curta-metragem - ela, que ganhou o Oscar de melhor atriz por Filhos do Silêncio (1986), tem deficiência auditiva e há muito estava distante da grande festa do cinema.
Não foi mais curta como se esperava, mas a cerimônia começou como prometido por um dos organizadores, o cineasta Steven Soderbergh: enquanto a diretora Regina King caminhava pelos longos corredores da Union Station (o principal local da festa), letreiros surgiam na tela, com nomes dos astros que participariam da entrega. "Nossa pretensão era de que o espectador acompanhasse a cerimônia como se assistisse a um filme", disse ele.
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Para isso, ele contava ainda com o histórico dos indicados e sua relação com o cinema - assim, de cada um era revelada a lembrança de seus primeiros filmes e como se desenvolveu a paixão pela sétima arte.
E o fato de a Academia manter uma base em Londres e outra em Paris, onde se reuniram principalmente os concorrentes europeus, em pouco tempo se revelou acertada - logo no anúncio do segundo Oscar da noite, de roteiro adaptado, o ganhador foi o francês Florian Zeller (ao lado do britânico Christopher Hampton), por Meu Pai. Ele recebeu o troféu e agradeceu direto da capital francesa. Já Sacha Baron Cohen acompanhou desde a Austrália o Oscar de melhor ator coadjuvante ser anunciado para Daniel Kaluuya, por Judas e o Messias Negro.
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A ausência da orquestra na Union Station, no entanto, permitiu que alguns discursos se alongassem, como o do dinamarquês Thomas Vinterberg, vencedor por Druk - Mais uma Rodada, eleito o melhor Filme Internacional. O que justificou foi a emoção de suas palavras ao se lembrar da filha adolescente, que morreu poucos dias antes do início da filmagem.
Emocionante ainda foi o discurso de Jon Batiste, um dos vencedores de melhor trilha sonora (ao lado de Trent Reznor e Atticus Ross), por Soul, a obra-prima da Pixar. "Este momento é o ponto de culminante de uma série de milagres", disse, agradecido. "Deus nos deu apenas 12 notas. Com elas, Duke Ellington, Bach, Nina Simone criaram obras diversas, maravilhosas. Cada contribuição sempre é especial."
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O clima mais intimista permitiu que a cerimônia fosse relaxada, com os artistas verdadeiramente se divertindo. Como a revelação de Harrison Ford sobre as pesadas críticas prévias ("Não fará sucesso") recebidas por Blade Runner. E Frances McDormand uivando como loba (pelo Oscar de filme) ou ainda Glenn Close arrancando gargalhadas ao dançar e rebolar sob o som do funk Da Butt, que Spike Lee usou em Revolução Estudantil (1988). Definitivamente, o 93º Oscar entrou para a história.
PREMIADOS
Veja a lista com os indicados e os vencedores do Oscar 2021:
MELHOR FILME
Meu Pai Judas e o Messias Negro Minari Mank Nomadland Bela Vingança O Som do Silêncio Os 7 de Chicago
MELHOR ATRIZ
Viola Davis - A Voz Suprema do Blues Andra Day - Estados Unidos vs Billie Holiday Vanessa Kirby - Pieces of a Woman Frances McDormand - Nomadland Carey Mulligan - Bela Vingança
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MELHOR ATOR
Riz Ahmed - O Som do Silêncio Chadwick Boseman - A Voz Suprema do Blues Anthony Hopkins - Meu Pai Gary Oldman - Mank Steven Yeun - Minari - Em Busca da Felicidade
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Maria Bakalova - Borat: A Fita de Cinema Seguinte Glenn Close - Era Uma Vez um Sonho Olivia Colman - Meu Pai Amanda Seyfried - Mank Yuh-Jung Youn - Minari - Em Busca da Felicidade
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MELHOR ATOR COADJUVANTE
Sacha Boron Cohen - Os 7 de Chicago Daniel Kaluuya - Judas e o Messias Negro Leslie Obom Jr. - Uma Noite em Miami Lakeith Stanfield - Judas e o Messias Negro Paul Raci - O Som do Silêncio
MELHOR DIREÇÃO
Chloé Zhao - Nomadland Lee Isaac Chung - Minari - Em Busca da Felicidade Emerald Fennell - Bela Vingança David Fincher - Mank Thomas Vinterberg - Druk - Mais uma Rodada
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MELHOR FILME INTERNACIONAL
Druk - Mais uma Rodada (Dinamarca) Better Days (Hong Kong) Collective (Romênia) O Homem Que Vendeu a Sua Pele (Tunísia) Quo Vadis, Aida? (Bósnia e Herzegovina)
MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
Borat Meu Pai Nomadland Uma Noite em Miami Tigre Branco
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MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
Judas e o Messias Negro Minari - Em Busca da Felicidade Bela Vingança O Som do Silêncio Os 7 de Chicago
MELHOR FIGURINO
Emma - Alexandra Byrne Mank - Trish Summerville A Voz Suprema do Blues - Ann Roth Mulan - Bina Daigeler Pinóquio
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MELHOR TRILHA ORIGINAL
Destacamento Blood - Terence Blanchard Mank - Trent Reznor, Atticus Ross Minari - Em Busca da Felicidade - Emile Mosseri Relatos do Mundo - James Newton Howard Soul - Trent Reznor, Atticus Ross e Jon Batiste
MELHOR ANIMAÇÃO
Soul Wolfwalkers Dois Irmãos A Caminho da Lua Shaun, o Carneiro: A Fazenda contra-ataca
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MELHOR CURTA
Feeling Through The Letter Room The Present Two Distant Strangers White Eye
MELHOR CURTA DE ANIMAÇÃO
Se Algo Acontecer... Te Amo Genius Loci Yes People Opera Toca
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MELHOR DOCUMENTÁRIO
Time Crip Camp: Revolução pela Inclusão Professor Polvo Collective The Mole Agent
MELHOR DOCUMENTÁRIO EM CURTA-METRAGEM
Colette (Time Travel Unlimited) A Concerto Is a Conversation (Breakwater Studios) Do Not Split (Field of Vision) Hunger Ward (MTV Documentary Films) A Love Song for Latasha (Netflix)
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MELHOR FOTOGRAFIA
Nomadland Mank Relatos do Mundo Os 7 de Chicago Judas e o Messias Negro
MELHOR MONTAGEM
O Som do Silêncio Os 7 de Chicago Meu Pai Nomadland Bela Vingança
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MELHOR CABELO E MAQUIAGEM
A Voz Suprema do Blues Pinóquio Mank Era uma Vez um Sonho Emma
MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
Speak Now - Uma Noite em Miami Io Si (Seen) - Rosa e Momo Fight for You - Judas e o Messias Negro Hear my Voice - Os 7 de Chicago Husavik - Eurovision Song Contest
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MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO
Mank Relatos do Mundo Tenet Meu Pai A Voz Suprema do Blues
MELHORES EFEITOS ESPECIAIS
Tenet O Céu da Meia-Noite Love and Monsters Mulan O Grande Ivan
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MELHOR SOM
O Som do Silêncio Relatos do Mundo Soul Mank Greyhound
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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