As BaíasRodolfo Magalhães

Por Filipe Pavão*
Rio – O trio As Baías vai realizar a 'Live Orgulho' neste domingo, véspera do Dia do Orgulho LGBTQIA+, às 18h, no YouTube. O show ao vivo será realizado do alto de um prédio de São Paulo e contará com as participações de MC Rebecca, Gloria Groove, Tassia Reis e ALL ICE, além da narrativa de João Luiz, participante do “BBB 21”. Assucena Assucena, Raquel Virginia e Rafael Acerbi prometem surpresas musicais e muito brilho para levantar as pautas da comunidade.
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“A Raquel trouxe a ideia de fazer uma live desde o mês da luta das mulheres. A gente tinha gravado ‘Coragem’ com a MC Rebecca e veio a ideia de relançá-la com a Tássia (Reis), mas a gente esperou a ideia maturar mais e lançar nesse mês tão especial, que é o mês da diversidade. A gente vai ter essa canção e a coragem como mote para toda a live, usando a #CelebreSuaCoragem. Nada mais simbólico porque a gente está falando de Brasil, de um desgoverno, de uma pandemia que não está administrada, de uma população LGBT que carece de direitos”, pondera Assucena.
A cantora ainda dá detalhes sobre a estética e figurinos da live. “Muito brilho e futurismo. A gente pensou em trazer muita cor e os figurinos estão lindos. Muita purpurina, brilho e atitude. A gente colocou a hashtag na live e existe muita atitude nos looks também. Quem está desenhando tudo é a Bianca Jahara, que veste muitos nomes da cena pop, como a Iza”, diz.
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Repertório
Durante a pandemia e o período de distanciamento social, o trio divulgou diversas músicas em parceria com artistas, como Luísa Sonza, Ivete Sangalo, Péricles e MC Rebecca. Além do relançamento de “Coragem”, com Tassia Reis, a live promete consolidar os últimos lançamentos, resgatar músicas marcantes da trajetória do trio e criar memória dos ancestrais LGBTs.
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“A live vai trazer um panorama da carreira d’As Baías. Tem canções de todos os discos, novas versões e também homenagens a figuras LGBTs que são muito importantes, são referências para nós, como Cassia Eller e Cazuza. Homenagens muito tocantes e ainda mais por ser nesse tempo que a gente tem vivido, desse país que é difícil acordar e passar um dia sem tragédia. Então, essa live está vindo muito no sentido de conectar as pessoas e trazer espirito de comunhão e força”, detalha Rafael.
Convidados
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Raquel ainda exalta a diversidade proposta pela live e expõe a falta de pluralidade que existe dentro da própria comunidade. “Todas as pessoas convidadas foram pensadas para que a gente consiga simbolizar algo que na própria parada LGBT não aparece. Muitas vezes, artistas cis ganham mais destaque na parada LGBT. E artistas trans como ALL ICE ficam apagados. Com essa escalação, As Baías estão propondo um novo olhar para o que, de fato, uma parada LGBT precisa contemplar, como recorte racial. Uma coisa é ser LGBT, outra é ser negro e LGBT, outra é ser periférico, negro e LGBT”, reflete.
*Estagiário sob supervisão de Cadu Bruno