Lobãoreprodução do twitter

Por O Dia
O time de bolsonaristas arrependidos não para de crescer. Desta vez, o cantor Lobão, que votou em Jair Bolsonaro nas últimas eleições presidenciais do Brasil, em 2018, disse que o impeachment deveria ser a "prioridade zero" do país no momento. Segundo ele, o governo federal é uma "virtuose na merda" e se opor a ele é uma questão de "higiene moral".
"Chegou uma hora em que a gente precisa tirar esse cara. Ele tem que sair de qualquer jeito", disse, em entrevista à BBC News Brasil, por telefone. Nos últimos dias, Lobão está produzindo um novo disco triplo, a ser lançado nos próximos meses. Já em sua conta no Twitter ele tem compartilhado diversas mensagens de apoio às manifestações que pedem a saída do presidente. Segundo a organização, estão previstos atos em mais de 160 cidades do Brasil neste sábado, além de dezenas no exterior.
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Lobão afirma que apoia os protestos, mas não vai comparecer por receio de se infectar com a Covid-19. "Não vou porque tomei só uma dose da vacina. A mãe da minha mulher está morando com a gente. Não posso bobear. Quando eu tomar a segunda dose, ainda vou sair de casa com todo o cuidado. Mas agora não vou sair, não", arrematou. 
Ele diz acreditar que esquerda e direita podem caminhar lado a lado em manifestações, embora haja "ressentimentos e acusações de ambos os lados". No entanto, o compositor justifica seu apoio dizendo que "não havia alternativa" na época, que não a "retirada do PT do Presidência". 
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"O Brasil queria se ver livre do PT, não tinha mais alternância de poder. Ele se aliou com o que há de pior na política, inúmeros casos de corrupção. Ele foi corresponsável pelo chavismo na Venezuela, e iria dar um golpe", acusa. "A gente sabia que o Bolsonaro era o que ele é. Mas achava que uma facção liberal e o Exército, que tinha um prestígio de 30 anos depois da ditadura e pessoas esclarecidas, poderiam segurar o cara. Mas não deu", diz. 
Para as eleições do próximo ano, ele também refuta qualquer possibilidade de votar no ex-metalúrgico, mesmo em um possível segundo turno entre Lula e Bolsonaro. "Vou me abster. Não voto em nenhum dos dois. Infelizmente, no Brasil o voto é negativo. A gente vota em um para que o outro, pior, não ganhe. Precisamos de um presidente em que a gente possa sair na rua e não haja um clima de semi-guerra civil entre as pessoas", diz Lobão, que ainda acredita em uma possível terceira via para disputar a Presidência.
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"Quem é Bolsonaro hoje em dia tem uma questão de higiene moral, não consigo nem falar. Não tenho o menor tipo de aproximação. Você não precisa ser um gênio para perceber o que está acontecendo no Brasil. É um acinte, um estupro, uma violência. Bolsonaro não fez nada de bom, tudo o que ele toca vira merda, é uma virtuose na merda", diz.