Filme 'Nada é por Acaso' estreia hoje nos cinemas, transitando entre espiritualidade, suspense e romance fotos Divulgação

Rio -  Protagonizado por Giovanna Lancellotti, o filme “Nada É Por Acaso”, do diretor Márcio Trigo, chega às salas de cinema nesta quinta-feira. O longa é baseado no best-seller de mesmo nome da autora Zíbia Gasparetto, que foi uma grande escritora brasileira espírita, conhecida por trabalhar com a mediunidade.

A trama, que também conta com o ator Rafael Cardoso, transita entre a espiritualidade, o suspense e o romance. "Nada É Por Acaso" é o primeiro livro de Zíbia a ser adaptado para o cinema e conta a história de Marina (Giovanna Lancellotti), que misteriosamente volta de uma viagem com R$5 milhões em sua conta e agora precisa seguir em frente, evitando olhar para trás e encarar o que fez.
Mas os encontros constantes com Maria Eugênia (Mika Guluzian) Henrique (Tiago Luz), além do filho do casal, trazem à tona o pensamento de que nada acontece por acaso. A partir disso, Marina e Maria Eugênia descobrem o que há por trás das coincidências que as unem, entendendo que estão unidas por laços de amor e amizade que vão além desta vida.
"Para a adaptação, a minha maior preocupação foi não fazer um filme muito melodramático, que já está muito carregado no gênero espírita. Então, eu descobri uma forma de fazer um filme de mistério", explica o roteirista Audemir Leuzinger. "O filme começa na página 100 do livro, então você não sabe o que a Marina fez, só descobre no final", completa ele, afirmando que antes de ser um filme espírita, trata-se de uma psicológica.

Giovanna Lancellotti revela que a experiência das gravações potencializou seu lado espiritual. "Eu já tinha muito contato com o espiritismo. A minha avó é espírita, meu pai é espírita, e eu sempre fui muito conectada ao espiritismo. Quando eu fui convidada para fazer o filme, eu estava lendo um livro da Zíbia Gasparetto. Não era o 'Nada É Por Acaso', era o 'Laços Eternos', mas eu também interpretei isso como um sinal", conta a atriz.

O filme foi todo gravado em 2019, em Curitiba, capital do Paraná, durante dois meses. Para a protagonista, o fato de estarem longe de casa deu a chance ao elenco de se aprofundar ainda mais nos personagens. A atriz relembra que uma das primeiras filmagens do longa foi em uma sala preparada como um centro espírita. “Quando ele [Guilherme] pegou o papel para psicografar a carta, teve um apagão no set. Apagou câmera, apagou luz, apagou tudo. Eu gritava: ‘Meu Deus, meu Deus!’”, diz Giovanna, que recordou que no momento da cena, uma das atrizes, que era muito conectada com a religião, a acalmou.

“Ela pegou na minha mão e falou: ‘Calma, se isso está acontecendo agora é porque eles estão aqui com a gente, fique tranquila. Estamos no caminho do bem’”, revela. “A partir daí, eu acalmei, e a cena foi tranquila. No final, olhei para o copo de água – uma água normal, sem gás– e estava cheio de bolhas também”, completa a atriz.

O restante do elenco também acredita que as coincidências, as dificuldades da produção e do lançamento não foram por acaso. "O primeiro livro que eu li na vida foi da Zíbia Gasparetto. É como se a vida fosse te levando e quando você olha para a sua história, vê como tudo estava ligado", conta Mika Guluzian, que ainda enumerou outros acasos, como ter crescido na mesma rua em que Zíbia morou e o fato de Giovanna Lancellotti ser a única atriz mulher que ela conheceu antes de ambas começarem a atuar profissionalmente.

Programado para ser lançado em julho de 2020, o longa teve sua estreia adiada por conta da pandemia de Covid-19. Contudo, em meio a todos os sinais de que nada é por acaso, o diretor garante que o filme tem a intenção de ir além do espiritismo. "Na verdade, a gente não está fazendo um filme espírita, é um filme espiritualista. A ideia é que a gente trabalhe a espiritualidade das pessoas, a bondade, o amor. O que a gente quer passar é isso, e acho que isso é algo muito legal do espiritismo, do espiritualismo, você voltar para si e mostrar sua bondade", defende o diretor Márcio Trigo.