Em nova etapa da carreira, Giulia assume novo nome artístico e se despede de seu pseudônimo Giulia BeDivulgação/ Lufree

Rio - Após um ano de sucesso com a realização de sua primeira turnê, indicação ao Grammy Latino na categoria "Melhor Interpretação Urbana em Língua Portuguesa" com a música "Aviso de Amigo" e escalação para uma série internacional da Amazon MGM Studios, ainda sem previsão de lançamento, Giulia fala sobre os planos para 2024, reflete sobre o novo momento de sua carreira e explica o motivo de ter tirado o "Be" de seu nome artístico.
"Essa escolha veio, na verdade, de uma conversa que eu tive com meu empresário, em uma das primeiras reuniões com a Roc Nation. Ele perguntou para mim: 'Você já pensou em tirar o Be?'. E, de fato, eu nunca tinha pensado. Eu procurei por tanto tempo o Be! No começo da minha carreira, não me sentia confiante o suficiente para assumir o Giulia como um nome único", revela.
A cantora, então, complementa: "Acho que foi uma fase muito importante para mim ter vivido o Giulia Be e tudo que eu conquistei com a minha carreira com esse nome, mas eu acho que com essa nova fase, fazia muito sentido eu só 'be' (trocadilho com 'ser', em português) Giulia. Eu escolhi o Be justamente por ele ser a palavra 'seja', em inglês. E com esse próximo projeto que eu estou preparando, acho que vai fazer muito sentido eu apenas ser eu mesma".
E para marcar esse novo momento em sua carreira, Giulia finalizou, neste mês, sua primeira turnê e a última usando seu pseudônimo Giulia Be. Após passar por Portugal, a "Disco Voador Tour" encerrou o ciclo com um show na cidade natal da artista, o Rio de Janeiro.
"Foi incrível. Superou todas as minhas expectativas. Eu estava muito animada para voltar para o Rio, mas foi um sentimento de nostalgia gigante", diz Giulia, que conta ainda que recebeu uma surpresa para lá de especial em seu camarim. "Minha professora de História e Geografia e meu professor de Geografia da época de escola foram para o show. Eu não sabia, mas o meu irmão levou eles lá no backstage para me ver e foi muito doido. Eu sou muito grata por eles, por sempre terem me incentivado como ser humano e por estarem lá honrando esse ciclo da minha vida", começa.
"Meu professor me trouxe um porta-retrato com uma foto minha de quando eu ganhei 'Melhor Geógrafa' (risos), acho que na sétima série. Foi muito fofo! Eu confesso que eu era uma aluna empenhada, então fiquei muito feliz. E senti o perfume da minha professora que eu não sentia desde aquela época, foi muito doido, sabe? Veio um sentimento de criança mesmo, mas foi muito feliz. Tinha vários amigos, pessoas que eu conheço a minha vida toda honrando o fim daquele ciclo", finaliza.
Carreira de sucesso 
Com pouco mais de três anos de carreira, Giulia já foi indicada duas vezes ao Grammy Latino, alcançou grandes números nas paradas musicais e estreou um filme de sucesso na Netflix, o "Depois do Universo", lançado em 2022, em que interpretou a protagonista Nina.
A artista, então, faz um balanço sobre sua trajetória. "É uma honra gigantesca você ser reconhecida pela Academia Latina de Gravação, porque eu sei a qualidade musical das pessoas que fazem parte desse grupo de artistas. Eu já tive a honra de conhecer tanta gente que me inspira, que me motiva musicalmente, que me ensina, que me melhora enquanto não só artista, mas como ser humano também", afirma.
"Claro que é sempre muito incrível quando você vê um projeto como foi 'Depois do Universo' alcançar números. Porque os números significam que aquilo está impactando a vida de muitas pessoas e eu tento me alinhar sempre com projetos que falam sobre amor, sobre esperança. 'Depois do Universo' eu acho que é um grande reflexo disso e eu fico muito feliz do filme conseguir realmente ter atravessado tanto mares e oceanos para chegar no coração de muita muita gente. Uma das razões que eu me dublei no filme foi porque eu queria manter a essência da personagem, da história e tornar o conteúdo mais acessível possível", explica.
'Gosto de experimentar'
Uma artista multi-instrumentista, Giulia, que toca piano e violão, também compõe e canta em três idiomas diferentes: português, inglês e espanhol. "Eu falo que eu tenho três personalidades (risos). Mas brincadeiras à parte, eu tenho muita vontade de aprender cada vez mais possibilidades. Eu acho que a música está cada vez menos tendo barreiras no âmbito musical. O streaming veio para mudar muito a maneira que a música é consumida", relata.
Sobre o processo de criação das canções, a "Menina Solta" conta: "Acho que com narrativas diferentes, cada idioma traz uma parte diferente de mim. Inglês é mais fácil de escrever por outras razões, e é mais difícil de escrever por, sei lá, às vezes você sente que tudo já foi meio que escrito. Mas no português também, sabe? Não tem regra. Acho que é só questão de eu querer encontrar meu eu lírico, meu poeta que mora dentro de mim, nesse lugar artístico que eu quero que as pessoas reconheçam independentemente de que idioma eu estiver cantando. É muito sobre as histórias e não necessariamente sobre o idioma. Eu gosto de experimentar, então se eu puder cantar em francês, coreano, quem sabe? Gosto de me abrir para todas as possibilidades que o mundo tem para me oferecer".
Ao ser questionada sobre um artista que gostaria de fazer uma parceria musical, Giulia revela: "Eu adoraria fazer um feat com o Jão. A gente já fala disso há muitos anos... Eu estava contando para ele da época que eu fui para Jundiaí assistir ao show da turnê 'Lobos', dele. Porque desde aquela época eu já admirava a maneira que ele conduzia o show, a maneira que ele tinha relação com os fãs dele, a maneira que ele acreditava na visão artística dele e realmente ia muito fundo com cada projeto. Então, é muito legal poder ver como ele se manteve fiel a tudo isso e ao mesmo tempo, cresceu em lugares que eu também sinto que eu cresci como compositora. A gente conseguiria escrever uma sofrência bem mais desenvolvida do que quando a gente começou a falar sobre isso. Mas sei que vai acontecer na hora certa, na música certa".
Namoro à distância
Giulia namora há quase dois anos Conor Kennedy, sobrinho-neto do ex-presidente dos Estados Unidos John F. Kennedy. Morando em São Paulo e com uma agenda intensa de compromissos internacionais entre Los Angeles e Europa, a artista conta como concilia a vida corrida e o relacionamento à distância.
"Haja internet e Wi-Fi (risos). Brincadeiras à parte, eu fiquei agora acho que três meses sem ver o Conor e, realmente, é muito difícil. A gente tenta ao máximo se manter presente na vida do outro através de ligações, mas ele também trabalha muito. Ele respeita muito o meu trabalho, a gente se motiva", inicia a cantora.
"Eu acho que é muito sobre todo o futuro que a gente vê tendo um com o outro, os planos que a gente tem em comum, as coisas que meio que mantêm a gente animado. A gente sabe que vai ter uma viagem. Ele vem agora passar o Réveillon aqui no Brasil, a gente vai conciliando da maneira que eu posso. Eu indo para lá, ele vem para cá e acho que a distância é mais física mesmo do que emocional", afirma.
Estreia em série internacional
Após o sucesso em "Depois do Universo", da Netflix, Giulia agora integra uma série internacional da Amazon Prime Video baseada nos livros "Charlie Bone", da autora britânica Jenny Nimmo. A artista, que gravou o projeto, ainda sem data de estreia, no início de novembro deste ano, revela o que o público pode esperar de sua personagem.
"O spoiler que eu posso dar é que ela é brasileira (risos). Ela é uma brasileira que mora em Londres há alguns anos já e a série é muito muito incrível. Eles conseguiram fazer uma adaptação do material original dos livros de uma maneira muito legal, que reflete, eu acho, muito mais Londres atualmente e vai ser muito legal representar uma personagem super interessante nesse contexto", diz.
Sobre as oportunidades na atuação, Giulia reflete: "Eu tenho um respeito e uma admiração tremenda por essa profissão desde muito nova. Acho que eu vejo atores quase como super heróis às vezes, porque eles conseguem refletir e trazer uma empatia de uma maneira que eu sempre admirei como contadora de histórias. Então, para mim, poder estar tendo oportunidades de viver histórias e personagens e mulheres, meninas que estão se desenvolvendo, em narrativas complexas e de maneiras profundas e esperançosas, acho que é tudo que eu poderia pedir enquanto artista".
Planos para 2024
Depois de um ano repleto de sucessos e oportunidades, Giulia conta sobre seus planos para 2024. Para o DIA, a artista revela se pretende focar mais na música ou na atuação no próximo ano. "Eu acho que vai ter que ser um pouquinho dos dois (risos). Eu estou tendo uma oportunidade incrível com a possibilidade dessa série e, ao mesmo tempo, eu também tenho planos incríveis com a Roc Nation de lançar músicas que eu escrevi e estão guardadas na minha gaveta há muitos anos, músicas que refletem quem eu sou", inicia.
"Acho que muitas delas são as minhas melhores composições e eu estou muito animada de poder dividir isso com o público, poder expandir a possibilidade de onde eu posso chegar enquanto contadora de histórias, uma pessoa que está trazendo uma narrativa diferente com uma música pop muito verdadeira, ao mesmo tempo", conclui.
Adeus, 2023!
Entrando no clima de fim de ano, Giulia aproveita para dizer onde pretende passar as festas de Natal e Ano Novo. "Eu vou passar o Natal aqui em São Paulo e o Ano Novo provavelmente no Rio. Eu quero muito levar o Conor para ver os fogos em Copacabana (risos)", afirma.
Em seguida, a artista faz uma retrospectiva dos melhores momentos de 2023. "Um deles foi meu aniversário, que eu passei a virada cantando na Feira de São Mateus, para 45 mil pessoas em Portugal e meu namorado e minha equipe inteira entraram com bolo para cantar parabéns. Minha banda começou a tocar e eu não sabia o que estava acontecendo. E foi um dos momentos mais surreais que eu já vivi na minha vida", começa.
"A indicação do Grammy também foi uma loucura. Eu estava dando uma entrevista no meio da rua e aí do nada eu vejo minha mãe e a minha stylist passando mal e eu falei: 'Gente, o que aconteceu?'. E assim que acabou a entrevista eu fui perguntar e a minha mãe me contou que eu tinha sido indicada, que 'Aviso de Amigo' tinha sido indicada para o Grammy", relembra.
Outra memória preferido de Giulia, segundo ela, foi quando descobriu que havia entrado para o elenco da série da Amazon. "Eu fiz o teste para a série da Amazon em Londres e voltei para o Brasil e alguns dias depois eles me ligaram e a Amazon disse que eu tinha pego o papel. Eu fiquei muito muito feliz porque eu acho que foi um reflexo de um surto de confiança que eu tive que eu falei assim: 'Ah, vou lá fazer o teste. Se for para ser, vai ser. Se não for para ser, não vai ser'. E, às vezes, quando a gente está menos se cobrando são quando as coisas acontecem da maneira que o universo prepara para a gente", diz.
"Mais um momento também que foi quando eu escrevi "Perfeita". Eu falar disso me lembrou de quando eu escrevi porque essa música acho que vou querer cantar pelo resto da minha vida e é uma das minhas preferidas que já escrevi. E eu lembro que foi uma música que eu estava precisando muito escrever, até para conseguir existir em todos os outros momentos incríveis e outros nem tão incríveis de 2023, 2024 e tudo que vem por aí", finaliza.