TEIA aborda os riscos do discurso de empoderamento usado para exploração financeiraDivulgação/Marcella Saraceni
O projeto marca a estreia do grupo formado por Lorena Comparato, Karina Ramil, Anita Chaves e Andrezza Abreu nas telonas, após mais de uma década de atuação em produções autorais no teatro. “Estamos muito felizes de finalmente estrearmos juntas no cinema. É o primeiro projeto da Cia de 4 nas grandes telas, e não havia jeito melhor de dar esse primeiro passo senão no grande Festival do Rio”, afirma o coletivo.
No enredo, as personagens se envolvem em uma rede de relações intensas dentro de um grupo que mistura espiritualidade, promessas de abundância e hierarquia disfarçada de sororidade. “É muito gratificante ser protagonista num projeto que roteirizamos e co-produzimos. Esse é um desafio no audiovisual, mas as políticas públicas, através dos editais, nos proporcionam isso. É fundamental o fomento contínuo aos criadores e roteiristas do audiovisual”, destaca Anita Chaves.
Andrezza Abreu, que interpreta Maya, a líder do grupo retratado no curta, explica que a personagem é inspirada em figuras reais do universo espiritual. “Ela é misteriosa, e o interessante é justamente essa dualidade de uma persona indecifrável. Maya foi baseada em líderes espirituais, e os fãs de true crime sobre seitas vão conseguir pescar várias referências.”
A pesquisa feita pelo grupo foi fundamental para dar consistência às histórias. “Fizemos algumas entrevistas com pessoas que participaram de grupos que fazem esse tipo de movimento financeiro. Tem muita gente que gosta de participar, e tem gente que se saiu prejudicada”, conta Karina Ramil, que também antecipa possíveis desdobramentos da obra.
“Temos planos futuros para esse projeto. O universo do curta é tão forte que pensamos em uma história para cada uma das oito personagens. Nosso objetivo é contar todas elas através de um longa ou série.”
Já Lorena Comparato reforça a ambição do grupo de dialogar com o público em uma escala mais ampla. “Há muitos anos, nossa pesquisa como coletivo tem sido criar histórias que são para todos os gêneros. Só porque é feita por mulheres não precisa ser de nicho. Pode ter um interesse universal. Queremos falar com todo mundo ao mesmo tempo”, afirma.
Para a artista, a essência do curta está nas contradições humanas. “Este é um filme sobre o duplo: o dia e a noite, o mundano e o sagrado, a beleza e a feiura. Como os opostos coexistem e como eles se confundem”, diz Lorena.
Serviço:
Exibição 'TEIA' – Festival do Rio
Domingo, a partir das 14h
Local: CineCarioca José Wilker – Sala 1
Endereço: Rua Leite Leal, 45 – Laranjeiras




Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.