Por paulo.gomes

Rio - As duas primeiras escolas de samba a pisarem ontem na Marquês de Sapucaí, abrindo os desfiles do Carnaval pela Série A, a Unidos de Bangu e Em Cima da Hora entraram na Avenida confiando na raça dos seus componentes para superar problemas técnicos. Com adereços e fantasias incompletas, integrantes das agremiações culparam o nó que se formou no trânsito do Rio, na chegada ao Centro.

A Unidos de Bangu%2C que abriu os desfiles da Série A%2C apostou na garra de seus componentes para driblar problemas nos carros alegóricos e a falta de fantasias nas alasErnesto Carriço / Agência O Dia

Com cinco minutos de atraso, a escola de Bangu, na Zona Oeste do Rio, deu a largada na disputa por uma vaga no Grupo Especial com um carro alegórico quebrado, além de componentes sem as fantasias completas. Momentos antes do desfile, a ansiedade tomou conta das baianas. Parte do grupo precisou aguardar na concentração saias, sapatilhas e perucas que não chegaram a tempo. Até o primeiro mestre-sala ficou sem os sapatos. Ele teve que pegar sapatilhas emprestadas.

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Faltando minutos para o início do desfile, 85% dos componentes da Em Cima da Hora estavam com a roupa do corpo. “Fomos prejudicados pelo trânsito. As fantasias ficaram presas no engarrafamento”, disse o diretor de Carnaval Júnior Santos. Os 250 ritmistas da bateria só receberam a ombreira e o chapéu.

A falta de parte da fantasia entristeceu a baiana Sônia Regina%2C da Unidos de BanguDiego Valdevino / Agência O Dia

Na Unidos de Bangu, o carro abre-alas, representado por um imenso Dragão Chinês, entraria acoplado a um segundo carro. Mas quebrou e se apresentou separadamente. No meio do desfile, os componentes conseguiram reatá-lo. A escola que cantou na Avenida o enredo Imperium, sobre as grandes civilizações, foi prejudicada no caminho até o Sambódromo. O primeiro e o último carro foram danificados no trajeto. Diante das dificuldades, o clima era de superação. “Estou inconformada, mas vamos disputar na raça”, animou-se a doméstica Sônia Regina, 68 anos, da ala das baianas.

A sensação ficou por conta da musa da escola, Paulina Reis, 29 anos, que desfilou com os seis à mostra. “É o meu primeiro ano. Topless para mim é natural. Eu quero é causar na Sapucaí e subir para o Grupo Especial”, disse ela.

Renascer faz homenagem à Portela

A sexta escola a pisar na Sapucaí hoje, levará um pedacinho da Portela em seu desfile. A Renascer de Jacarepaguá, que conta com o apoio financeiro da agremiação de Osvaldo Cruz, terá uma águia confeccionada pelos portelenses em um de seus carros.

“Tivemos muitos problemas com falta de verba e o Falcon (Marcos Vieira de Souza, vice-presidente da Portela) nos ajudou muito. A águia, símbolo da Portela, será uma forma de homenageá-los”, contou o diretor de Carnaval Saulo Tinoco. O enredo da Renascer é sobre o sambista Candeia. A escola não pisa n o Grupo Especial desde 2012.

A Alegria da Zona Sul abre os desfiles de hoje da Série A com a história sobre cariocas. Em seguida, a Acadêmicos de Santa Cruz, leva para Avenida o grande Otelo. Única representante da Baixada Fluminense, a Inocentes de Belford Roxo, homenageia Nelson Sargento. A próxima é Unidos de Padre Miguel, seguida da Império da Tijuca, rebaixada no ano passado, e Renascer de Jacarepaguá. A sétima agremiação é a Acadêmicos do Cubango, com a realeza africana de Niterói. A Estácio de Sá encerra a folia com a festa de 450 anos do Rio de Janeiro.

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