Por nicolas.satriano

Rio - A polêmica do patrocínio do ditador da Guiné Equatorial à Beija-Flor saiu das quadras e entrou na redes sociais. Com a vitória da escola de Nilópolis as piadas e brincadeiras entre os adversários se juntaram a ativistas revoltados com o uso de dinheiro no Carnaval que poderia ser usado para melhorar a vida do povo africano. Houve espaço até para os aproveitadores políticos de primeira, ligando a verba à abertura das relações diplomáticas da Guiné com o Brasil.

No Facebook foi criada a página “Impeachment da Beija-Flor de Nilópolis”. E no Twitter uma imagem com um enorme vazio num desfile na Sapucaí virou a “ala invisível representando a alma africana da Beija-Flor”. E surgiram sugestões para o enredo da escola em 2016: “Estado Islâmico”, “Coreia do Norte”, “Hitler, o “Conquistador da Europa” e até a “Mergulhada na lama da Petrobras’. Evidente que com uma boa dose de humor.

Ditador da Coreia do Norte%2C Kim Jong-un "parabeniza" Beija-Flor pelo título de campeã do Carnaval carioca em post de usuário do TwitterReprodução

Até a economista Elena Landau deu seus pitacos. Alertou para o começo do financiamento das escolas e cobrou, via Twitter: “Há anos que os desfiles são sustentados. Primeiro pelo bicho e depois pelo tráfico. Queira ter visto a mesma revolta. Beija Flor virou grande como???”. Um anônimo sapecou: “A vocês que torcem pela Beija-flor, saibam que esse ano vocês foram a vergonha do mundo, ganhando um titulo às custas do sangue de milhares de africanos mortos pela ditadura que vocês fizeram apologia.”

A página da Beija-Flor no Facebook também serviu de termômetro. A maioria, claro, exaltava o campeonato, mas alguns intrusos metralharam a escola. Deusiane Duarte escreveu: “Sério? Rola mesmo um orgulho? Vergonhoso”. Já Paulo Gama foi mais duro e insinuou corrupção no resultado: “Grande exemplo receber dinheiro de ditador e ser campeã! É a coroação da corrupção mesmo. Ta serto (sic)! 10 milhões... Sobrou algum pra molhar a mão dos jurados com Rolex?”

Polêmica nas redes sociais sobre o financiamento dado ao desfile da Beija-Flor por ditador da GuinéMaíra Coelho / Agência O Dia

A turma da escola apresentou seus argumentos. Walter Freitas lembrou que várias escolas recebem dinheiro do crime organizado, enquanto Hellano Silva sentenciou: “Parabéns minha Beija-Flor, o choro é livre”.

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