Por adriano.araujo

Rio - “Vai ter grade, banheiro e ambulância, mas não vai ter bloco ano que vem”, disse a presidente da associação de blocos Sebastiana, Rita Fernandes, em reunião com lideranças do Carnaval de rua ontem. Segundo representantes das agremiações, o modelo de financiamento atual gera endividamento para os blocos, que não têm apoio financeiro da prefeitura.

O presidente da Liga dos Amigos do Zé Pereira, Rodrigo Rezende, chama o esquema de ‘suicídio a médio prazo’. Nele, uma empresa patrocinadora investe R$ 15 milhões no Carnaval de rua. Isto paga uma empresa privada, que gerencia grades, banheiros químicos e direcionamento de trânsito. Nada do dinheiro chega aos mais de 500 blocos do Rio, que pedem apoio para custear sistema de som, instrumentistas e segurança. Em blocos maiores, o gasto pode chegar a R$ 200 mil e, segundo Rezende, as agremiações do Zé Pereira só têm conseguido levantar metade do necessário.

Na lógica das ligas, os blocos merecem uma fatia do retorno financeiro que o Carnaval deve gerar — de R$ 3 bilhões, trazidos por pelo menos 1,1 milhão de turistas. Outra reivindicação é juntar a Secretaria de Cultura à supervisão da folia, hoje sob responsabilidade da RioTur. “Trazer a Secretaria traria sensibilidade cultural. A atmosfera na Riotur é de show biz”, disse Rezende.

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