Rio - Levantamento divulgado pela prefeitura mostrou que a Riotur teve custo operacional de R$ 55 milhões com as ligas das escolas do Grupo Especial e de acessos A e B do Carnaval 2017. Foram detalhados ainda gastos de aproximadamente R$ 19 milhões para ações de limpeza, ordenamento do trânsito, iluminação, informática e saúde por conta da folia na cidade.
Somente com a mão de obra da Comlurb foram gastos, no Sambódromo, R$ 1,6 milhão e mais R$ 6,7 milhões com os blocos de rua. Já a Secretaria de Ordem Pública (Seop) e a Guarda Municipal movimentaram R$ 4,1 milhões, incluindo custos com pessoal, viaturas e alimentação. Os gastos da CET-Rio para o gerenciamento do tráfego foram de R$ 2 milhões.
Para a instalação, manutenção e funcionamento dos postos médicos montados no Sambódromo e Terreirão do Samba a prefeitura gastou R$ 2,4 milhões. Já a iluminação em bailes oficiais, desfiles na Sapucaí e em locais de blocos, além de gastos com carros e caminhões com cesto para instalação das luzes, custaram R$ 1,8 milhão. A Iplan Rio teve custo de R$ 134 mil.
A secretária municipal de Fazenda, Maria Eduarda Gouvêa Berto, mostrou um déficit no orçamento de R$ 3,8 bilhões diante da queda no nível de emprego no município.
Descompasso pode estar perto do fim
O descompasso entre prefeitura e escolas de samba que colocava em risco o Carnaval 2018 pode estar perto do fim. Em reunião na manhã de ontem com o prefeito Marcelo Crivella, o presidente da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), Jorge Castanheira, garantiu a realização dos desfiles e afirmou que o prefeito prometeu a reavaliar o percentual do corte anunciado, de 50%.
Em nota, a prefeitura informou apenas que está garantido R$ 1 milhão para cada agremiação, dividido em cinco parcelas de R$ 200 mil até dezembro, que representa metade do valor aplicado no Carnaval 2017. Castanheira disse que as escolas argumentaram que o corte nos demais contratos da prefeitura foi de 25%, pedindo uma reavaliação do percentual de redução das verbas para o Carnaval.
O encontro, a portas fechadas, durou quase três horas e, ao final, o presidente da Liesa se mostrou otimista e falou com a imprensa. “Trouxemos nossas reivindicações para o prefeito e toda a sua equipe, em função de o Carnaval já ter sido iniciado. As escolas já contrataram trabalhadores. Ele está avaliando junto a Riotur qual modelo poderia ser sugerido para que o Carnaval não deixasse de ter o mesmo impacto positivo para a cidade, o mesmo brilho e qualidade”, explicou Castanheira.
Também foi solicitado que o Imposto Sobre Serviço (ISS) recolhido com a venda dos ingressos para os desfiles no Sambódromo fosse suspenso. As solicitações serão avaliadas pela administração e nova reunião foi agendada para a próxima segunda-feira para os ajustes finais.
Crivella reafirmou que vai melhorar as condições do Sambódromo, como instalação de lâmpadas de led e de telões e reparos estruturais. Só com a reforma dos 36 banheiros e dos assentos das arquibancadas, por exemplo, o gasto da prefeitura será de R$ 1,1 milhão, de acordo com o orçamento feito pela Riourbe, após vistoria realizada há 15 dias.
No Carnaval deste ano, a prefeitura teve um gasto de R$ 19 milhões com toda a operação, além da subvenção de R$ 24 milhões às escolas. O presidente da Riotur, Marcelo Alves, disse que tem três projetos para apresentar à Liesa.
“O desfile precisa se atualizar num grande projeto de marketing. As grandes marcas querem estar no Carnaval. A festa na Sapucaí tem 10 vezes mais potencial de faturamento que o Rock in Rio. Temos que buscar juntos uma solução”, afirmou, comparando o Carnaval ao festival que fatura cerca de R$ 250 milhões e tem um lucro de R$ 100 milhões.
Com colaboração do estagiário Rafael Nascimento, sob supervisão da repórter