De acordo com Alex, estrangeiras aprendem mais rápido que brasileirasDivulgação/Tuiuti
Turistas estrangeiras apostam em aulas de samba para desfilar na Avenida
Meninas vão sair pela Tuiuti na 'Ala das Poderosas', criada por Alex Coutinho
Rio - Mais de 100 turistas estrangeiras estão no intensivo para sambar nesse Carnaval. Alex Coutinho, que divide com seu marido Jorge Amarelloh a direção da ala de passistas da Grêmio Recreativo Escola de Samba Paraiso do Tuiuti, criou a "Ala das Poderosas" exclusivamente para as meninas. "Não tem idade, sexo ou região do mundo. Além de samba no pé as gringas estão aprendendo também, o afro-samba (uma mistura do samba no pé, com movimentos afros, que lembram a nação africana)", afirmou.
"O projeto surgiu em 2015, pela influência do presidente da escola, Renato Thor, com o objetivo de incentivar às pessoas da própria comunidade. Porque, antes, muitos dos que desfilavam na Paraiso do Tuiuti vinham de outras agremiações. Com as aulas, muitos vieram e conseguimos formar nossos próprios passistas, com a identidade da nossa Escola", explicou.
Alex disse que o que mais é trabalhado é a resistência e que esse ano estão recebendo a procura que nunca tiveram. "São dezenas de turistas do exterior que estão chegando interessadas não só para ver, elas querem participar. Temos um carinho imenso para explicar como aprender o gingado. Hoje eu e meu marido Jorge estamos na correria entregando as fantasias para quem vai para Avenida", contou.
A polonesa Drusilla Taszarek, de 39 anos, faz aulas de samba há 3 anos e afirma: "Eu tenho o samba, eu tenho resistência e entendo bem o que significa desfilar em uma escola de samba", diz ela, que vai desfilar na Amarelo e Azul de São Cristóvão.
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Rancy Palme, 24 anos, é da Espanha e vai se apresentar junto com Drusilla no Carnaval deste ano. Para ela, hoje o samba é uma paixão. "É parte da minha vida. Sou muito feliz quando sambo", disse. "Se tornou pra mim algo que não posso parar de fazer e quero seguir crescendo e dançando aqui. Pra mim é muito importante", completou.
E quem aprende mais rápido, o brasileiro ou o estrangeiro? Alex ressalta que, no Brasil, o povo têm "swing", mas os turistas têm disciplina. "É o que eu falo, o mundo hoje é mais dos esforçados do que dos talentosos. Então vejo que hoje os estrangeiros são mais esforçados e aprendem muito mais rápido", explicou.
Para ele, o que não pode faltar naqueles que desejam aprender a sambar é força de vontade: "Querer. Você confiar, trabalhar e se dedicar."
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