Unidos de Padre Miguel recorre a Padre Cícero em busca do título de 2024Divulgação/ Carlos Lucio
A Em Cima da Hora promete uma ode à luta trabalhista no Brasil. Segunda a desfilar, a Azul e Branco de Cavalcante leva para a Sapucaí o enredo "A Nossa Luta Continua!" desenvolvido pelo carnavalesco Rodrigo Almeida. A escola vai desfilar contra a precarização do trabalho em uma homenagem aos trabalhadores.
Já o Arranco do Engenho de Dentro vai se voltar para sua comunidade e reverenciar a psiquiatra Nise da Silveira. O legado da importante médica para a saúde mental brasileira será destacado com o enredo "Nise - Reimaginação da Loucura". O carnavalesco Nícolas Gonçalves vai desenvolver o desfile centrado no afeto proclamado por Nise e exaltar a história do bairro da escola, onde fica o Instituto Municipal de Assistência à Saúde Nise da Silveira. A homenagem é construída através de um conto ficcional em que a própria Nise viaja no espaço-tempo em três quadros pintados pela história.
Quarta a desfilar no sábado de Carnaval, a União da Ilha do Governador apresenta o enredo "Doum e Amora: crianças para transformar o mundo!". O desfile será inspirado no livro "Amoras", de Emicida, e em outras histórias infantis da literatura negra brasileira, a narrativa é desenvolvida pelo carnavalesco Cahe Rodrigues por meio dos personagens Doum e Amora.
Vice-campeã da Série Ouro de 2023, a Unidos de Padre Miguel retorna à Sapucaí em busca do desejado título. A escola da Vila Vintém defende o enredo "O redentor do Sertão", apoiado na figura emblemática de Padre Cícero. A UPM promete apresentar o imaginário místico do povo sertanejo com causos fantásticos, visões e milagres. O enredo pretende unir as histórias de vida do sertanejo com as benfeitorias e obras do padre, resgatando as emoções do povo, tudo isso com magia e espiritualidade.
"Eu queria que vocês nunca esquecessem de mim. Enquanto a São Clemente existir e eu estiver vivo, eu vou sair na São Clemente", declara o homenageado ao presidente da escola, Renatinho, em vídeo divulgado pela agremiação de Botafogo.
Com autoria do carnavalesco Robson Goulart, a Unidos de Bangu vai apresentar o enredo "Jorge da Capadócia" de olho no acesso ao Grupo Especial, do qual está afastada desde 1963. A escola será a sétima a cruzar a Marquês de Sapucaí nesta segunda noite da Série Ouro.
Este ano, a aposta da escola rumo ao campeonato é o casal de mestre-sala e porta-bandeira Jorge Vinicius e Verônica Lima, que empilha prêmios e notas 10 no quesito. Verônica carrega bagagem da Grande Rio, Imperatriz Leopoldinense, União da Ilha e Império Serrano, por onde foi campeã da Série Ouro de 2022. Após um ano ausente da folia, ela não escondeu a ansiedade de voltar a bailar na Sapucaí.
O mestre-sala, Jorge Vinicius, 29, por sua vez, é estreante na Avenida. "O enredo é valente e todos verão uma coreografia forte, como São Jorge e Ogum exigem", afirma.
Por fim, o Reizinho do Madureira fecha a Série Ouro com o enredo "Ilú-oba Òyó: a gira dos ancestrais". Neste Carnaval, o Império Serrano vai falar de outro império: o do povo Iorubá, o povo Nagô.
"Essa etnia nos deu o culto aos Orixás. Neste antigo império de Òyó havia muitas nações, muitos reinos, e cada um deles cultuava uma divindade: um Deus, um rei ou um fundador daquela região. Esses que cultuavam individualmente cada uma dessas divindades encontram no Brasil, com a diáspora, a formação daquilo que nós chamamos de Candomblé", explica o carnavalesco Alex de Souza.
Para Alex, o grande diferencial deste enredo será representar a relação de cada orixá com sua região. "Essa história vai ser contada como no ritual do Candomblé, o Xirê, que por ordem apresenta cada orixá, não só como uma entidade, mas como o fundador, um rei, alguém que representava uma determinada nação. Todos estão sendo representados", adianta o carnavalesco do Império.
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