Paolla Oliveira, rainha do BlocoRenan Areias

Rio - O tradicional Bloco Cordão da Bola Preta colocou 800 mil foliões celebrando o início do Carnaval, no Centro, na manhã deste sábado (10). O cortejo teve início às 9h25 na Rua Primeiro de Março e terminou na Avenida Presidente Antonio Carlos, animando o público com marchinhas tradicionais e sambas clássicos.
O presidente do bloco, Pedro Ernesto Marinho, falou ao DIA sobre a importância do evento. "Muita alegria, o coração exultante por atingir mais um objetivo, mantendo no alto o pendão do Cordão da Bola Preta. Seguindo a lição que os mais velhos ensinaram, enquanto Deus me der saúde e disposição, será uma alegria muito grande colocar o nosso desfile na rua porque é um acontecimento esperado por todos os cariocas, cidades vizinhas e turistas", disse.
Ele também destacou como o bloco consegue manter a visibilidade, mesmo tendo mais de 100 anos: "É a tradição, a longevidade. As pessoas, que às vezes têm cabelo branco, brincavam no Bola Preta lá atrás. Então, elas fazem questão de trazer os filhos, netos, bisnetos para mostrar o que é o Carnaval no Rio de Janeiro".
A tradição é centenária. Muitas pessoas usaram fantasias temáticas em referência ao bloco. Roseli, de 58 anos, confirma presença em todos os anos: "Já viemos em vários Cordões da Bola Preta, há pelo menos mais de 15 anos. Fãs de carteirinha! Este é a tradição da abertura do Carnaval". Ela e o marido, Altamir, 67, estavam preparados para lidar com o calor, pois levaram uma mochila com várias cervejas dentro. "A gente já vem todo equipado". Eles fizeram elogios à segurança, que fez revista nas áreas de acesso ao bloco e apreendeu objetos cortantes.
Quem é mais novo também aproveitou para conhecer o bloco mais antigo do Rio de Janeiro. Beatriz, 26 anos, foi uma delas: "É o meu primeiro Bola Preta. Expectativa em viver o Carnaval esse ano, vamos com tudo!". Ela já tinha ido em outros blocos no Pré-Carnaval, mas entregará tudo no restante da folia: "As minhas festas de verdade começam hoje!".
Presença tarimbada no Cordão da Bola Preta, Neguinho da Beija-Flor, padrinho do bloco, esteve junto à banda. Em entrevista ao DIA, ele expressou sua alegria em participar do desfile: "Eu sou do Bola Preta antes de ser da Beija-Flor. Eu comecei neste bloco em 1973 e fui para a Beija-Flor em 1975. Depois da Elizeth Cardoso, eu sou praticamente o mais antigo", afirmou.
Fazem parte da corte a madrinha Maria Rita, a musa das musas Selminha Sorriso, a porta-estandarte Leandra Leal — as três não estiveram presentes, a musa da banda Emanuele Araújo, a rainha Paola Oliveira e a musa do centenário Mirian Duarte. As Musas 2024 Adeline Gervásio, Elaine BR, Taissa Marins e a estreante Thai Rodrigues completam o cordão.
A cantora e atriz Emanuelle Araújo é musa da banda desde 2023 e comemorou o cortejo. "Muito orgulho, muita honra! Esse bloco centenário, com esses músicos que tocam há décadas nesta banda. Já é meu segundo ano como a musa oficial da banda. É a melhor forma pra baiana aqui comemorar 20 anos estando no Rio de Janeiro", disse.
Thai Rodrigues esbanjou simpatia ao estrear como musa do Carnaval do bloco. "Muita emoção, um bloco tão tradicional e representativo da nossa cultura (como o Bola Preta)", afirmou.

O Cordão da Bola Preta foi fundado em 31 de dezembro de 1918 e é o bloco mais antigo em atividade no Brasil, completando 105 anos no último dia de 2023. Com um público médio de milhões de pessoas a partir de 2011, antes do período da pandemia.

O Bola Preta levou as ruas esse ano o tema "Cuidar é Amar" e destacou a importância da preservação do meio ambiente e sustentabilidade.
Leandra Leal, Maria Rita e Selminha Sorriso não desfilaram
Em suas redes sociais, a atriz Leandra Leal fez um post emocionante sobre a sua ausência no bloco. Segundo ela, a ausência se deu por "escolha por compromissos profissionais". "É a primeira vez que não vou num desfile do bola desde os meus 18 anos. Meu estandarte entrego a quem puder levar mas ano que vem eu volto. Ano que vem eu volto com mais força e alegria, pronta para carregar meu estandarte e me perder nas ruas depois do Bola, porque depois do Bola eu saio do desfile e me perco e vivo as histórias mais mágicas que ouvia na infância." 
A madrinha Maria Rita também não pode comparecer ao bloco por, segundo sua assessoria, conflitos com a agenda profissional. Selminha Sorriso não esteve presente pois está se concentrando para o desfile da Beija-Flor de Nilópolis, neste domingo (11), na Sapucaí.