Mangueira foi a quarta escola a desfilar neste segundo dia do Grupo EspecialCleber Mendes / Agência O Dia

Rio - Quarta escola a se apresentar na madrugada desta terça-feira a Mangueira levou para Sapucaí um tributo à cantora Alcione. Mais do que uma torcedora ilustre da Verde e Rosa, a artista se mistura com a história da agremiação, sendo uma das fundadoras da escola mirim Mangueira do Amanhã, na década de 1980. Por tudo isso já merecia a homenagem há tempos. Mas agora "dívida" foi paga em grande estilo.


Embalada pela presença e carisma de Alcione, a Estação Primeira empolgou o público, que viu um verdadeiro passeio pela trajetória da Marrom.

A comissão de frente resumiu a biografia da homenageada, lembrando aspectos da cultura maranhense, como o Bumba meu boi e o Tambor de Crioula. A encenação reviveu, também, a iniciação musical de Alcione e os tempos de cantora da noite. O trompete, marca da artista, foi "tocado" pelos integrantes masculinos da comissão. O elemento cenográfico serviu de palco para uma sósia da estrela, que trocou de figurino na frente dos jurados, através de um truque de iluminação e efeitos de fumaça.

Em seguida, o casal de mestre-sala e porta-bandeira Matheus e Cintia esbanjou sintonia. A abertura contou, ainda, com a presença magnética de Maria Bethânia, grande amiga de Alcione e tema do desfile campeão de 2016, que veio num "Pede Passagem".

A bateria deu um sacode e garantiu a animação dos componentes e da plateia. A rainha Evelyn Bastos esteve, mais uma vez, impecável à frente da "Tem que respeitar meu tamborim".

Diversas outras personalidades também fizeram questão de estar no tributo, como Miguel Falabella, Elymar Santos, Regina Casé e Bia Lessa.

Nas alegorias e fantasias, os carnavalescos Annik Salmon e Guilherme Estevão lembraram sucessos da cantora e outros momentos importantes, como quando Alcione chegou a atuar como apresentadora de TV, na Globo, no fim da década de 1970, à frente do "Alerta Geral".

A religiosidade, outro traço marcante da Marrom, também foi retratado em diversos momentos.

Na parte técnica, o samba-enredo não "explodiu" a Sapucaí, mas foi bastante cantado pelos componentes e por parte do público.

A escola teve uma falha em Evolução, deixando que um pequeno buraco se abrisse antes da segunda alegoria no momento da chegada ao segundo módulo de julgadores.

Alcione, que completou 50 anos de carreira em 2022, veio no último carro, rodeada de crianças, numa alegoria representando a Mangueira do Amanhã, para delírio do público.

Sem vencer desde 2019, a Verde e Rosa fez um bom desfile no geral, honrando sua tradição e o legado de Alcione.