Rio - A temporada de desfiles de megablocos no Centro do Rio foi aberta na manhã deste sábado (1º) com a passagem do Carrossel de Emoções, que reuniu uma multidão na Rua Primeiro de Março e na Avenida Presidente Antônio Carlos. Até o fim do Carnaval, mais de 450 blocos vão agitar as ruas da cidade.
fotogaleria
Os foliões começaram a chegar por volta das 7h, bem antes da saída do bloco, às 9h. O tempo fechado não tirou a empolgação do público, que se esbaldou ao som de sambas, sucesso do pop e muito funk. Conhecido pela mistura de ritmos, o Carrossel de Emoções também prestou uma homenagem aos anos 90. De acordo com dados divulgados pela Riotur, o desfile reuniu cerca de 40 mil pessoas.
Fundador do bloco, o cantor Fernando Guina falou da felicidade em promover o evento, que chega à sua 13ª edição. "Literalmente, é um carrossel de emoções. Segundo ano abrindo o circuito de Megablocos, responsabilidade imensa e muita alegria, abrindo o Carnaval oficial do Rio. Preparamos uma festa linda hoje, homenageando os anos 1990. O funk é a essência do Carrossel, mas tem espaço pra todos os estilos. Punk rock, música da Bahia, pagode, e os convidados também", afirmou.
Guina também comentou sobre o desafio de trazer novos fãs para o Carrossel de Emoções. "É um processo de renovação. A gente tenta sempre trazer das novidades que tão rolando agora para a galera mais jovem poder curtir, mas sem deixar de fazer os nossos clássicos, que é a marca registrada do Carrossel", ponderou.
Animando os foliões com muita dança, a ex-BBB e influenciadora Fernanda Keulla, madrinha do bloco, comemorou. "Estou muito feliz, cheia de amor, porque o Carrossel de Emoções é isso. É mais que um bloco funk, é de amor. Eu, como madrinha, nossa relação começou há 12 anos, então, estou coroando o aniversário de 12 anos de madrinha nesse ano. Estou muito realizada", declarou ao DIA.
O policiamento na região foi reforçado. PMs montaram pontos de revista nos acessos e usaram drones para monitorar o deslocamento do público. Prédios históricos como o Paço Imperial, o Palácio Tiradentes e antiga sede do Ministério da Fazenda foram cercados com grades de proteção para evitar avarias.
A estudante de psicologia Sabryna Pucci, de 20 anos, elogiou a segurança. "A gente estava até brincando que se alguém precisar de ajuda da polícia em outro lugar, não vai ter, porque tá todo mundo aqui", disse.
Sabryna saiu de Campo Grande às 4h com sua amiga, a recepcionista Ana Letícia Fraga, 20, que veio pela primeira vez. "Já ouvimos falar bastante, e hoje a gente veio para confirmar se é isso tudo mesmo. A gente adora o Carnaval. 1º de fevereiro, para estrear o mês em grande estilo. Se tem funk, a gente tá dançando. Se tem samba, a gente tá sambando. O importante é sempre ter música boa", ponderou Ana.
O supervisor de atendimento Rodrigo Para Assu, 29, caprichou na fantasia. Tematizado com vestimenta de um banco digital junto à família, ele contou que produziu a própria roupa. "Eu e minha prima fomos na rua, viemos no Centro, compramos as coisas e paramos para montar."
"Vou curtir bastante esse Carnaval. Todo ano eu estou aqui nesse bloco, até quando ele era na Barra, e agora veio para o Centro. Já estou pronto para os bloquinhos, que começaram no mês passado. Agora, é seguir até depois do Carnaval. Aqui já é presença garantida, venho para o Carrossel tem uns 10 anos. Se tem Carrossel, eu tô aqui", pontuou Rodrigo, que mora em Irajá.
A analista financeira Manuela Gomes, 36, também marcou presença com os amigos. Ela, que veio da Ilha do Governador, tem uma agenda marcada com todos os blocos que quer comparecer. "Chá da Alice, Será Que Abre, Sargento Pimenta, Fervo da Lud, Bloco da Anitta, e claro, o Monobloco", revelou ela, que garantiu não ter hora para voltar para casa.
Perto dali, na Gamboa, o tradicional Prata Preta abriu seu cortejo na porta do Museu da História e da Cultura Afro-brasileira (Muhcab), fazendo uma homenagem aos 90 anos de nascimento da professora, escritora e ativista Lélia Gonzalez (1935-1994). Em seguida, os integrantes se reuniram na Praça da Harmonia, colorindo o tradicional coreto com estandartes.
Neste sábado (1º), também agitam a cidade o boco Folia do Largo do Sapê, em Bento Ribeiro, e a Liga de Blocos e Bandas da Zona Portuária, na Praça Mauá, ambos com concentração às 16h. O Bloco Tá Chegando A Hora, em Pedra de Guaratiba, Zona Oeste, com início às 17h, encerra a festa.
Os foliões voltarão às ruas neste domingo (2) com o Chá da Alice, na Rua Primeiro de Março, às 7h. Inspirado no universo fantástico da obra "Alice no País das Maravilhas", ele contará com o axé da banda Babado Novo, liderada por Mari Antunes, e participações especiais de É o Tchan e Sambay, a primeira roda de samba voltada para o público LGBTQIAPN+.
Em seguida, o Bloco Okê, no Flamengo, se reúne às 14h, e o Xodó da Piedade vai agitar o bairro da Zona Norte, com concentração às 16h, na Rua João Pinheiro, 171.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.