Erasmo Carlos comemorou conquista do Grammy Latino em última publicaçãoReprodução/Instagram

Rio - Erasmo Carlos, que morreu nesta terça-feira (22), aos 81 anos, foi pioneiro do Rock no Brasil e deixa um enorme legado para a música brasileira. Produzindo até os último momentos, o cantor, compositor e instrumentista ganhou, na última quinta-feira (17), o Grammy Latino pelo álbum "O Futuro Pertence À... Jovem Guarda" na categoria de "Álbum de Rock ou Música Alternativa em Língua Portuguesa".
A última publicação feita pelo artista nas redes sociais foi um agradecimento pelo prêmio. "É tão importante entender o conceito, quanto ouvir a música… Existem várias formas de amor, e eu preciso de todas. Obrigado a todos que contribuíram para mais essa vitória, esse Grammy é o reconhecimento do nosso trabalho. O Futuro Pertence à Jovem Guarda!", escreveu Erasmo, que aprendeu a tocar violão com Tim Maia.
Ao lado de Roberto Carlos e Wanderléa, Erasmo Carlos foi um dos principais símbolos da Jovem Guarda. O movimento musical dos anos 1960 e 1970 agrupou as influências do pop britânico e ganhou popularidade definitiva a partir de setembro de 1965, quando a TV Record estreou o programa "Jovem Guarda".
Influenciado pelo movimento tropicalista e pela música negra americana, Erasmo cravou uma sequência antológica de discos durante toda a década de 70, como “Carlos, Erasmo...” (1971), “Sonhos & Memórias 1941-1972” (1972) ou “Pelas Esquinas de Ipanema” (1978). Tal fase desembocaria, já no início dos anos 80, em período de grande sucesso comercial, com os discos “Erasmo Carlos Convida...” (1980), “Mulher (Sexo Frágil)” (1981) e “Amar Pra Viver ou Morrer de Amor” (1982).
O veterano faria shows nos Estados Unidos nos dias 4 e 10 de novembro, mas precisou cancelar as apresentações para tratar uma infecção pulmonar. Antes de sua nova internação, Erasmo chegou a publicar uma foto falando sobre sua alta do hospital. "Bem simbólico... Depois de me matarem no dia 30, ressuscitei no Dia de Finados e tive alta do hospital", brincou ele, após terem noticiado erroneamente a sua morte no último dia 30 de outubro. "Estou muito vivo", garantiu ele na época.
O artista voltou a ser internado há cerca de uma semana e, nesta terça-feira (22), foi intubado. A causa da morte ainda não foi divulgada.