Preta GilDivulgação

Rio - A cantora Preta Gil, de 48 anos, revelou na noite desta terça-feira, que foi diagnosticada com um adenocarcinoma, que é um câncer na porção final do intestino. O diagnóstico aconteceu após a artista se internar, no dia 5 de janeiro, na Clínica São Vicente, na Zona Sul do Rio, por conta de um desconforto abdominal.
Segundo o Dr. Wesley Pereira Andrade, Ph.D e mestre em Oncologia, o câncer de intestino corresponde ao terceiro câncer mais comum na população brasileira e o adenocarcinoma é o subtipo mais recorrente. Em geral, não é um tumor agressivo biologicamente, levando vários anos para crescer e, consequentemente, resultar metástase - se espalhar para outros órgãos - caso não seja tratado. 
Os principais sintomas são: dor abdominal, diarreia ou prisão de ventre, gases, perda de peso, sangue nas fezes, e, nas fases mais avançadas, cansaço e anemia.
Quando o câncer de intestino é descoberto nas fases iniciais, o tratamento cirúrgico, de forma exclusiva, em geral é suficiente. Para a grande maioria dos casos é realizado uma ressecção - termo médico para remover cirurgicamente parte de um tecido, estrutura ou órgão - de parte do intestino com uma emenda primária, reestabelecendo o fluxo de fezes sem precisar de bolsa de colostomia - um saco coletor, que pode estar localizado ao lado do abdômen, exercendo a função de receber as fezes ou a urina, necessária apenas em casos mais avançados.
"A quimioterapia nem sempre é recomendada. Ela vai ser indicada quando o volume de tumor oferecer um certo grau de risco de desenvolver metástase ao longo do tempo. Alguns casos de câncer de intestino, fundamentalmente os de reto, podem precisar de quimioterapia neoadjuvante, ou seja, aquela que é realizada antes da cirurgia, com a finalidade de reduzir o tamanho da lesão e facilitar o procedimento cirúrgico, reduzindo a necessidade de colostomia [exteriorização de uma parte do intestino grosso]", explica o médico titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO).
Quando o câncer de intestino é descoberto no início as chances de cura são muito grandes. "Do ponto de vista de rastreamento, ou seja, de tentar detectar o câncer na sua fase ultrainicial, a colonoscopia é o principal exame que se presta a achar pequenas lesões, benignas e pré-malignas, e extirpa-las, evitando que com o tempo elas virem um câncer", ressalta Dr. Wesley.
O presidente da Sociedade Brasileira de Patologia, Dr. Clovis Klock, explica que quem determina se uma lesão é cancerígena ou não é o médico patologista. "Sempre que é diagnosticada alguma alteração no intestino, é feito uma biópsia, retirado um pedacinho. Esse pedacinho quem vai analisar ao microscópio é o médico patologista. Então é ele que vai dar o diagnóstico se é câncer, se essa lesão é benigna ou não. Então a gente pega esse material, transforma numa lâmina, olha ao microscópio e determina que tipo de lesão é essa", esclarece.
A colonoscopia atualmente é indicada a partir dos 45 anos de idade, tanto para homens quanto para mulheres. Além disso, para reduzirmos o risco de desenvolver câncer no intestino, é indicado adotar algumas medidas, como:
- uma dieta bem balanceada, rica em frutas e verduras, e com consumo de carne vermelha abaixo de 500g por semana;
- reduzir o consumo de alimentos ultraprocessados como salsicha, mortadela, linguiça, dentre outros;
- manter o peso adequado, combatendo a obesidade;
- praticar atividade física;
- reduzir a ingestão de álcool.