Corpo de Gloria Maria deixa o hospital Copa StarDaniel Delmiro / Ag. News

Rio - O corpo da jornalista Gloria Maria deixou o hospital Copa Star, em Copacabana, na Zona Sul do Rio, por volta das 12h20 desta quinta-feira. A veterana morreu nesta manhã em decorrência de um câncer, que se espalhou para o cérebro. 
Roberto Marinho Neto e a babá das filhas de Gloria Maria estiveram no local e foram fotografados conversando e se abraçando. As jornalistas Lília Teles Ana Luiza Guimarães também estiveram no hospital nesta quinta. Muitas pessoas passaram pela porta do hospital para prestar homenagens. Alguns admiradores levaram flores. 
Luto
A jornalista Gloria Maria morreu no Rio de Janeiro, na manhã desta quinta-feira, em decorrência do câncer. Ela estava internada no Hospital Copa Star, em Copacabana, na Zona Sul da cidade. De acordo com a Comunicação da TV Globo, o tratamento da veterana deixou de fazer efeito nos últimos dias.
"Em 2019, Gloria foi diagnosticada com um câncer de pulmão, tratado com sucesso com imunoterapia, e metástase no cérebro, tratada cirurgicamente, inicialmente também com êxito. Em meados do ano passado, a jornalista iniciou uma nova fase do tratamento para combater novas metástases cerebrais que, infelizmente, deixou de fazer efeito nos últimos dias", diz a nota divulgada pela emissora.
No início de dezembro do ano passado, a veterana foi afastada das gravações do "Globo Repórter" para cuidar da saúde. A previsão era de que ela voltasse ao trabalho este ano. Ícone do jornalismo, Gloria Maria foi a primeira repórter a entrar ao vivo no "Jornal Nacional". Ela protagonizou momentos históricos na TV e viajou para mais de 100 países a trabalho. Ela deixa duas filhas, Laura e Maria.
Gloria Maria Matta da Silva era carioca e filha do alfaiate Cosme Braga da Silva e da dona de casa Edna Alves Matta. Quando criança, sempre estudou em colégios públicos e se destacava. Mais tarde, conciliou os estudos na faculdade de Jornalismo da Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio) com o emprego de telefonista.
Em 1970, uma amiga a levou para trabalhar na radioescuta da Globo. Na época, como não havia internet, Gloria Maria fazia as rondas escutando as frequências da polícia para descobrir o que estava acontecendo na cidade. Ligar para batalhões, delegacias e apurar via telefone também fazia parte da tarefa.
Sua estreia como repórter aconteceu na cobertura do desabamento do Elevado Paulo de Frontin, no Rio, em uma época em que os repórteres ainda não apareciam em vídeo. A jornalista passou por noticiários como o "Jornal Hoje", o "RJTV" e o "Bom Dia Rio". No "Jornal Nacional", ela entrou para a história ao ser a primeira repórter a aparecer ao vivo. Gloria Maria participou de grandes coberturas. No Brasil, entrevistou chefes de estado. No exterior, cobriu a posse Jimmy Carter, em Washington.
A jornalista também foi apresentadora do "Fantástico" de 1998 a 2007. No entanto, ela estreou como repórter do programa muito antes, em 1986. Gloria ficou conhecida por suas viagens a lugares exóticos e por entrevistar personalidades como Michael Jackson, Harrison Ford, Nicole Kidman, Leonardo Di Caprio e Madonna.
Ela também cobriu a guerra das Malvinas (1982), a invasão da embaixada brasileira do Peru por um grupo terrorista (1996), os Jogos Olímpicos de Atlanta (1996) e a Copa do Mundo na França (1998).
Depois de 10 anos no "Fantástico", a jornalista tirou uma licença de dois anos para projetos pessoais. No período, ela viajou para lugares como Índia e Nigéria, onde trabalhou como voluntária. Foi também nesse período que ela adotou as filhas, Laura e Maria.
Ao voltar para a Globo, a jornalista pediu para integrar a equipe do "Globo Repórter", da qual ainda fazia parte.