Julia Mestre celebra indicação ao Grammy Latino em fase solo Divulgação
Depois do sucesso com o grupo Bala Desejo, que conquistou um Grammy Latino em 2022 com o álbum "Sim Sim Sim", a artista encara a fase solo como um renascimento artístico. "Gosto de dizer que é uma nova era. O que acontece agora é que esse meu lado solo ganha um novo capítulo. Mesmo não sendo o meu primeiro álbum solo, a sensação é de me apresentar novamente. Sinto que estou me aprofundando e mostrando uma nova faceta dessa identidade que sempre esteve ali, mas que agora brilha de um jeito diferente", diz Julia.
O trabalho mergulha em um universo que mistura referências à estética dos anos 80 com uma abordagem contemporânea. "É uma mistura dançante, cinematográfica e sensual. Esse som foi me guiando até o visual do disco: um universo cheio de personagens, cores vibrantes, uma estética de cinema antigo, uma viagem no tempo."
A cantora, de 29 anos, encontrou na sonoridade do novo álbum a atmosfera ideal para embalar suas narrativas. "Eu sempre amei a dramaticidade e a textura dos anos 80: os sintetizadores, as baterias marcadas. Elas criam um clima que tem tudo a ver com o que as letras dizem", avalia.
Disputar o Grammy Latino com o disco "Maravilhosamente Bem" pegou a cantora de surpresa. "É como viver um sonho! Fiz o álbum acreditando muito nele, em cada parte do processo de gravação. O sonho às vezes surpreende, porque, de repente, ele acontece — e foi um choque ler o nome do disco na lista de indicados."
Para Julia, a nomeação tem um peso ainda mais simbólico por vir de um trabalho construído a partir de um lugar mais íntimo. "Receber esse reconhecimento é como uma confirmação de que vale sempre seguir a intuição. É um incentivo enorme para continuar nesse caminho com ainda mais coragem e vontade de criar", afirma.
A faixa-título, também indicada à premiação, carrega a essência do disco e funciona como uma espécie de cartão de visita. "Essa música é um convite, quase um manifesto. Ela nasceu da vontade de celebrar a autoconfiança, de bancar o próprio desejo e de se sentir poderosa na própria pele. A letra brinca com essa dualidade entre o 'doce delírio' e o 'alerta, um perigo', que é a delícia e o risco de se jogar na vida — porque é sempre melhor do que se arrepender", explica.
Rita Lee e Marina Lima são referências
Entre suas principais referências, Julia Mestre aponta mulheres que marcaram a música com ousadia. "A atitude da Rita Lee é uma inspiração constante, assim como a elegância pop e a sonoridade da Marina Lima nos anos 80. Também busco referências na forma como artistas como a Kate Bush criam universos cênicos. Elas me inspiram não só na música, mas na coragem de construir uma identidade artística que é só sua", conta.
A carioca está na estrada com a turnê de seu novo álbum e se prepara para uma sequência de shows por diversas capitais brasileiras. "Nos primeiros contatos que tive com o público, já deu pra sentir uma conexão muito forte, uma vontade de mergulhar nesse universo junto comigo. Ver as pessoas cantando as músicas novas, que são tão recentes e tão íntimas, é uma resposta muito potente. Sinto que o público abraçou o convite do disco", celebra.




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