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Gabriel Leone vibra com papel de matador em 'O Agente Secreto'

'O filme não apenas retrata a ditadura, mas aborda sobretudo a importância da memória', explica o ator

Rio – Aos 32 anos, Gabriel Leone deu um passo importante na carreira com um papel desafiador em sua trajetória. O ator interpreta o matador Bobbi em “O Agente Secreto”, novo filme de Kleber Mendonça Filho estrelado por Wagner Moura. A produção foi selecionada pela Academia Brasileira de Cinema para representar o Brasil na disputa pelo Oscar 2026, na categoria de Melhor Filme Internacional, e estreia nos cinemas na quinta-feira (6).
O thriller político é ambientado no Recife de 1977 e acompanha Marcelo (Wagner Moura), um especialista em tecnologia que foge de um passado misterioso e retorna à cidade natal em busca de paz. No entanto, ele acaba envolvido em uma teia de conspirações, espionagem e segredos que revelam o clima de tensão do país durante o período da ditadura militar. Gabriel Leone interpreta um dos matadores que perseguem o personagem de Moura. O filme estreou mundialmente no Festival de Cannes, em maio, onde recebeu os prêmios de Melhor Direção e Melhor Ator, e, desde então, vem conquistando elogios da crítica internacional.

Leone destaca a relevância da obra em um momento em que o Brasil ainda enfrenta debates sobre seu passado recente. "O filme se passa no período da ditadura, um dos momentos mais abomináveis da nossa história. Quando olhamos para trás e estudamos o que aconteceu, o que mais esperamos é que isso nunca volte a acontecer. É muito triste e decepcionante ver nossos 'representantes', se é que podemos chamá-los assim, questionando a existência da ditadura e dos crimes hediondos cometidos naquele período."

Ele reforça que o filme é político, mas feito de forma sofisticada. "Ele se passa na ditadura, mas não investiga diretamente as causas do golpe; o foco está no clima da época, na atmosfera social e emocional daquele Brasil. Como o próprio Kleber sempre nos disse, a palavra 'ditadura' nem é citada no filme, mas tudo está impregnado desse contexto, dessa tensão."

Para o artista, a força do longa está justamente em tratar a memória coletiva sem ser explicativo demais. "Nosso filme não apenas retrata a ditadura, mas aborda, sobretudo, a importância da memória. Infelizmente, décadas depois, ainda vivemos um momento em que se questiona a existência da ditadura e os crimes cometidos naquele período", diz.

"O Agente Secreto", segundo o ator, fala, acima de tudo, sobre o clima e a atmosfera da época e sobre a importância de manter viva essa memória. "Através do cinema, da arte, temos essa possibilidade. E o Kleber, com sua inteligência e sofisticação, consegue nos fazer refletir sobre o Brasil enquanto entrega um alto nível de entretenimento, reunindo elementos do policial, da espionagem e da investigação", complementa.

'É um filme que mistura vários gêneros'

O ator conta que participar de um projeto com a assinatura de Kleber, diretor de "Aquarius" (2016) e "Bacurau" (2019), representa um marco em sua trajetória. "Acho que é uma obra de enorme importância. O Kleber, como sempre, consegue unir contundência e relevância política com entretenimento. É um filme que mistura vários gêneros, você ri, se emociona, se envolve. É completo nesse sentido. Sou suspeito para falar, mas acho um filmaço. Estou muito orgulhoso e feliz de fazer parte desse projeto, e ansioso para que o público brasileiro o veja nas telonas, porque ele foi feito para ser visto em grande escala. É necessário falar e continuar falando", afirma o ator.

Em tom bem-humorado, o ator revela, ainda, uma curiosidade dos bastidores: "Curiosamente, a ideia inicial era que o personagem usasse um bigodinho. Cheguei a manter o visual por um tempo, mas, nos 45 do segundo tempo, no dia da minha primeira diária de filmagem, decidimos juntos que ele não teria mais. Aí tirei o bigode e gravei sem."
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