Luciano HuckReprodução de vídeo

Rio - Luciano Huck foi mais um famoso que se posicionou contra o Projeto de Lei que equipara o aborto a homicídio. Durante o programa "Domingão com Huck", da TV Globo, que foi ao ar neste domingo (16), o apresentador da atração expôs sua opinião.

"Eu vou fazer um comentário pessoal já que a gente está conversando, sobre algo que me incomodou muito nessa semana [...] Não quero nem entrar na discussão, mas apenas fazer um comentário porque acho importante”, iniciou o comunicador. "A Câmara dos Deputados está avaliando um projeto de lei que equipara a pena do crime de aborto ao crime de homicídio. Esse projeto cria uma situação tão absurda, independente de posição política, das convicções morais e religiosas, queria dizer que isso me causa profunda indignação”, disse Huck.

Em seguida, o marido da Angélica relembrou um acontecimento para exemplificar como funciona a PL na prática. "Na semana passada, teve o caso de um pai que foi preso após ser flagrado cometendo um crime de abuso sexual contra a própria filha de 17 anos que estava internada na UTI [...] Essa é a história escabrosa só para trazer para a realidade. Neste projeto que está sendo votado, este homem pode pegar uma pena menor do que a filha que foi estuprada, ou seja, menor que a vítima", falou. "Sendo assim, se ela interromper a gravidez depois de 22 semanas, que é o que está nessa lei, seja por demora na Justiça ou por qualquer outro empecilho que uma vítima de abuso enfrenta hoje em dia para ter acesso ao aborto legal, inverte os papéis! A pena dela vai ser maior do que a dele. Ou seja, não faz o menor sentido", disparou.

"E de novo, não é uma questão ideológica, é uma questão de lógica mesmo. Criança não é mãe. É muito cruel obrigar uma vítima de estupro a levar a cabo uma gravidez. Então, eu queria me colocar aqui claramente ao lado dessas mulheres todas que já foram vítimas de estupro e que não devem ser vítimas de uma injustiça para piorar a situação", concluiu o apresentador enquanto recebia aplausos da plateia.
A reação aconteceu após a aprovação de urgência do Projeto de Lei 1904/24 na Câmara dos Deputados, na quarta (12). O texto equipara o crime de homicídio ao aborto realizado após 22 semanas de gestação e com viabilidade do feto, mesmo quando a mulher grávida tenha sido vítima de estupro.