Rio - Depois de dar vida à Érika de "Vai na Fé" (2023), Leticia Salles, de 29 anos, retornas às telinhas como uma nova vilã: Zélia Noronha, em "No Rancho Fundo", da TV Globo. A personagem 'chegou chegando' em Lapão da Beirada, a pedido de Marcelo Gouveia (José Loreto), com quem teve um caso no passado, disposta a afastar o ex-noivo Artur (Túlio Starling) de Quinota (Larissa Bocchino). 
"Estão gostando desse meu lado mais vilanesco, né? (risos). Está sendo muito delicioso fazer Zélia. Meu foco foi trazer outro registro dessa personagem: ela tem ar mais maquiavélico, de vilania", comenta a atriz, que aponta as semelhanças e diferenças entre Érica e Noronha. "As duas não medem esforços para conseguirem o que querem. Mas acho que a Zélia é mais narcisista, vem de família rica, ela acha que é tudo sobre ela. Já a Érika era mais humilde e fazia as maldades para conquistar seu espaço, sobreviver". 
Em cenas exibidas na última segunda-feira (29), Zélia jogou todo seu charme e, de lingerie, tentou seduzir o filho de Ariosto (Eduardo Moscovis). Ele, no entanto, não cedeu aos encantos da ex. "Ela vem mesmo para balançar essa relação do Artur e Quinota. E a Zélia traz um pouco de frescor para a novela. Estava tudo um mar de rosas, por isso é bom ela chegar para causar um caos. Gosto desse caos. Agora vamos acompanhar a novela e ver se o Artur vai ceder", afirma Letícia, aos risos. 
Iniciar uma novela já em andamento não é tarefa fácil. "É difícil, sim. Primeiro porque a gente tem que fazer uma personagem que 'briga' muito em cena com quem você gosta. Eu amo a Larissa e o Túlio, que, no caso, interpretam o Artur e a Quinota. É uma delícia, por outro lado, contracenar com eles. E é um super desafio interpretar uma antagonista. Ela te dá muitos recursos, porque é complexa, tem nuances", avalia ela, que mudou o visual para o folhetim. "Já queria essa mudança, adotar uma franja. E a referência de visual da Zélia, coincidentemente, tinha franja. Então, me joguei na caracterização e amei o resultado".
Leticia também vibra com a repercussão de sua personagem no folhetim de Mario Teixeira. "Estou muito feliz. A novela em si é muito bonita, tem todo um colorido. A Zélia é um fator surpresa ali, ela é muito diferente dos outros personagens. Ela é carioca, fina e olha com estranheza para as outras pessoas, assim como olham para ela. Teve muita gente que não me reconheceu como Zélia. E eu acho isso ótimo". 
Cria do Complexo da Maré 
Nascida e criada no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio, Leticia viveu na comunidade até os 24 anos. Ela comenta que, hoje em dia, frequenta o local esporadicamente. "Tem um tempo que não vou lá, porque a maior parte da mina família não mora mais no Complexo, só uma pequena parte dos parentes do meu pai. Mas quando meu pai faz ação social por lá, eu vou, ajudo e aproveito para almoçar. Tem um lugar lá que tem a comida muito boa", declara a atriz, que atualmente vive na Barra da Tijuca. 
Trajetória profissional
Leticia estudava Biomedicina quando surgiu a oportunidade dar os primeiros passos na carreira como modelo. Ela arrasou no ofício e foi morar em Londres durante dois anos. Nesta época, foi questionada por seu empresário Ike Cruz se teria interesse em trabalhar como atriz.
"Sempre gostei de assistir aos filmes e tinha a curiosidade de saber sobre os bastidores de tudo, como o ator fazia algumas cenas. Eu estava em Londres e meu empresário me perguntou se eu tinha o interesse em ser atriz, achei que ia ser uma boa, mas não aceitei de cara, fiquei maturando a ideia. Em 2020, voltei ao Brasil. E decidi estudar, me dedicar à profissão", recorda ela, que fez sua estreia nas telinhas na primeira fase do ramake de "Pantanal" (2022), como Filó. 
Apaixonada por corrida
Linda, a artista fala sobre seu estilo de vida e o amor pelo esporte. "Eu gosto muito de sair para correr. Eu posso ter uma gravação, mas antes eu preciso endorfinar muito. Isso de beleza e boa forma é um conjunto. Tudo começa quando a gente decide se cuidar. E a minha virada de chave foi a atividade física. Eu tinha muita crise de ansiedade, por conta de cobrança estética no período em que trabalhei como modelo, ficava muito estressada, em busca de um padrão que não existia. Por isso, comecei a fazer ativididade. Quando comecei a correr, em 2019, não parei mais. E a saúde mental também é muito importante. Faço terapia", conclui.