Mouhamed Harfouch fala sobre nova temporada de Rensga HitsSérgio Baia
"É uma série que fala de sonho, superação, música, amizade, empoderamento feminino. A gente espera que chegando na TV aberta, a alegria dessa segunda temporada possa contagiar mais pessoas", diz o ator, que define a nova fase produção como "divertida, envolvente e com reviravoltas emocionantes". "Vai continuar com muita sofrência, muitos hits, muitas disputas, e também apresenta novos personagens", conta.
Isaías marca o retorno de Mouhamed à comédia, um gênero que ele ama fazer. "E ele tem esse lado romântico apaixonado dentro dele. E claro, esse envolvimento com a música. E a música tem se tornado uma constante na minha carreira. Eu acho que ‘Rensga Hits!’ foi importante porque é um trabalho que chancelou esse meu universo de tocar violão, cantar, logo após o 'Popstar'. Muitos trabalhos que me chegam hoje vêm nesse híbrido do músico e do ator. É interessante ver isso acontecendo", comemora.
Durante muitos anos, o ator achava que a música era uma coisa que caminhava separada da carreira como ator e evitava tentar conciliar. "Eu era só ator. E acho que o universo foi tratando de me trazer isso de volta e dizer 'isso faz parte da tua vida, você não pode abandonar'. E quando vejo, estou completamente imerso e trabalhando junto, de maneira complementar a atuação, o canto e a música, o instrumento", conta.
Isaías faz parte de uma galeria de personagens inesquecíveis para o ator, assim como o Bóris de "Malhação" (2017), o Ali de "Orfãos da Terra" (2019), o Houssein de "Pé na Jaca" (2006), e o Farid/ Said/ Tufik de "Cordel Encantado" (2011). "O Isaías é mais um que acho extremamente rico, interessante e que me dá a oportunidade transitar na emoção e na comédia", analisa.
Músicas marcantes
Entre as canções mais marcantes desta temporada de "Rensga", o ator destaca "Identidade": "Foi uma música muito legal, porque mexe com o casalzão das personagens da Deborah Secco e da Fabiana Karla (Marlene e Helena), é maravilhosa", diz. Ele também gosta muito de "Tudo em Casa", "que é uma música do Deivid Cafajeste (Alejandro Claveaux), a versão em espanhol ficou belíssima e acho que é realmente muito bonita".
"Para mim, tudo é música. Eu acho que a música tem uma comunicação, você toca um acorde, uma nota, aquilo te remete a um momento da história. E eu acho que as músicas estão aí pra serem veículos de afeto, de emoção, de construção de sonhos, lembranças, memórias, afeto, coração", complementa.
O artista afirma que sempre se percebeu muito musical. "Meu padrinho é o Guinga, um gênio do violão e das composições. Cresci o escutando tocar e com essa paixão pelo instrumento. Não tenho um décimo do talento dele, mas eu digo que eu sempre cresci com esse sonho de tocar e hoje em dia o violão faz parte da minha vida também", conta.
Harfouch gosta de compor, já teve várias bandas, tem músicas no streaming e faz musicais. "Por um tempo na minha carreira, a música esteve de lado, porque a carreira de ator era o meu lugar de ofício e a música era aquele lugar do afeto. Só que hoje eu digo que a música caminha totalmente integrada com a minha profissão de ator – e diria até que ela é um complemento fundamental".
Novos projetos
Além da série, o ator começará 2025 com novidades profissionais. No dia 10 de janeiro, ele estreia no Teatro Ipanema, na Zona Sul, seu primeiro monólogo autoral, chamado "Meu Remédio". "É um texto que estou escrevendo há dois anos e que finalmente vamos trazer para o público. A direção é do João Fonseca. É um monólogo que fala sobre a minha origem, minha ancestralidade, meus antepassados, sobre o pertencimento, sobre o Brasil plural, diverso, acolhedor", define.
A peça parte de um ponto inicial que é seu nome de batismo, Mouhamed, uma criança que estudou em colégio católico no Brasil da década de 70, e que recebe um nome tão forte, tão emblemático da cultura árabe. "E aí eu vou traçando esse paralelo para falar realmente sobre nossas origens", conclui.