Rio - Em tempos em que as crianças estão cada vez mais focadas em telas, assistindo a programas no extenso mundo da internet, é preciso monitoramento e curadoria por parte dos pais para encontrar opções de qualidade, educativas e informativas, mesmo quando se trata de humor.
E essa foi a ideia da atriz Lara Cardoso para aproveitar o conteúdo virtual, ensinando novos conceitos e informações para crianças. Mãe de Helena, de 10 anos, e formada em Letras, a ex-professora percebeu que poderia aliar sua formação inicial às habilidades artísticas para criar um canal divertido e responsável para toda família assistir junta, o Helô Heloilda. Por lá, os pequenos se deparam com histórias que mesclam cotidiano, diversão, culinária e até educação.
"Invisto numa programação humorística com responsabilidade para crianças e para que seus pais não precisem se preocupar com o conteúdo. É tudo censura livre. E a Helô, na simplicidade da personagem, ensina as crianças a estudar, cozinhar, limpar e sempre com diversão. A meta é fazer sorrir ensinando", diz a atriz.
A ideia deu tão certo que, aos poucos, os pequenos espectadores começaram a criar um vínculo com a personagem, e as mensagens dos pais sobre questões pessoais, com sugestões de temas, começaram a chegar. Os convites de escolas públicas e privadas de Campinas, onde mora, também foram consequência, e ela criou uma palestra, onde aparece vestida de Helô, para conversar sobre questões de ensino, comportamento, valores importantes e até sobre o desenvolvimento acadêmico rumo ao futuro profissional. Nesse momento também dá dicas sobre as qualificações mais relevantes para analistas de Recursos Humanos, área onde também já atuou. Tudo com bom humor e muita naturalidade.
"Como mãe, sempre penso em assuntos que possam agregar algo à vida das crianças e passar lições positivas. E com essa veia cômica da personagem, elas assimilam naturalmente", esclarece.
A designer Tatiana Lopes, mãe de Manuela, de 4 anos, conta que o segredo, para ela, está em assistir junto. "Quando o conteúdo não é para crianças da idade da minha filha, digo que não pode, porque tem coisas pesadas e ela respeita", explica. Além de combinar com a menina todas as "regras" do que pode ou não acessar, Tatiana fica de olho nos comerciais entre os vídeos.
"Converso sobre possíveis atitudes erradas e reverto para uma discussão de comportamento. No início, ela assistia muito a canais que tinham consumismo, comportamento mimado, trollagem, desafios bobos, que aparecem por uma configuração do próprio YouTube. Então, eu passei a cortar, e, pela falta de acesso, as notificações param. Também não deixo subir vídeo nem interagir", diz. Além disso, a mãe coloca a própria conta como padrão. "Desta forma, acesso o histórico pelo computador enquanto ela assiste em um tablet. Fica tudo integrado", pontua.
Entre os canais preferidos de Manu, algumas dicas de programas educativos que ensinam além das telas: o canal didático Tempo Junto, que explica diferentes brincadeiras, o Palavra Cantada com músicas educativas, o Manual do Mundo com experiências de diversas áreas e o Mãos Aventureiras, que ensina em libras.