Ato de cozinhar virou momento de prazer e aprendizado para crianças - Divulgação
Ato de cozinhar virou momento de prazer e aprendizado para criançasDivulgação
Por Priscila Correia
Rio - Que a cozinha é o local preferido de muitas famílias para confraternizar e trocar ideias, a gente já sabe. Mas durante a pandemia, estar perto do fogão se tornou uma espécie de terapia para muitas pessoas, inclusive para as crianças.
Na casa de Patrícia Costa, mãe de duas meninas, uma de 9 e outra de apenas 3 anos, o lugar preferido da casa é entre panelas e pratos. A mais nova ama comer e percebe nos ingredientes uma verdadeira brincadeira sensorial. Mas para a mais velha, que nunca havia apresentado algum interesse pela culinária antes do isolamento, cozinhar passou a ser uma terapia e tem levado a menina a reflexões bastante interessantes, inclusive sobre o futuro. “Se antes a Carol se sentava pela manhã na copa e perguntava o que teria para uma refeição, agora ela chega cheia de ideias para o almoço e o jantar. Muitas vezes, parte dela pensar em algo mais elaborado para um final de semana. E como cozinhar sempre leva um tempo, aproveitamos para conversar sobre o dia a dia dela, sobre como a paciência tem sido importante para todos nós nesse período, entre outros assuntos. Com essa nova rotina que criamos, ela passou, inclusive, a se interessar pelo assunto de fato. Acompanha programas de TV, pede para ensinar como fazer algo que ache complicado ainda e já fala sobre ser uma Bela Gil, já que temos aqui uma alimentação bastante balanceada”, conta Patrícia.
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Para a psicóloga clínica e apresentadora do programa Mulheres em Flow, Rosangela Sampaio, o ato de cozinhar se tornou para as crianças um momento de prazer e aprendizado, contribuindo em muitos fatores. “É uma situação de muita afetividade entre os pais e os filhos, já que envolve ensino, atenção e o fato de 'estarem juntos' em uma circunstância que, até então, as crianças viam apenas como sendo dos adultos. Isso porque, quando os pais os convidam para ajudarem a cozinhar, eles entendem que são dignos de tamanha confiança. E quando isso vem de um pai e de um mãe, tem um valor imensurável. Além disso, para os pequenos, o ato de cortar alimentos, mexer nas panelas e acompanhar o cozimento funciona como um momento não apenas de prazer, mas quase como uma terapia, em que eles têm que controlar a ansiedade de ver tudo pronto. Mas uma ansiedade saudável, aquela que ensina o poder do tempo, e não que causa tensão, como tem acontecido com as tarefas escolares ou ter como entretenimento apenas telas de computador e TV”, explica.
Rosangela diz, ainda, que os pais também podem usar a cozinha como uma forma lúdica de ensino. Contar os ingredientes auxilia na matemática, explicar de onde é cada prato introduz a criança aos pontos mais culturais e históricos, criar personagens “cozinheiros” estimula a imaginação e isso sem contarmos que a criança também aprende a trabalhar em equipe. Além disso, dependendo da idade dos filhos, os responsáveis podem falar sobre como precisamos ser gratos por termos comida à mesa, sobre como muitos não têm o que comer e sobre ajudar quem precisa. “A cozinha acaba sendo uma grande escola da vida se usarmos os exemplos certos com a garotada”, pontua.
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A atriz Lara Cardoso, que interpreta a Helô Heloilda em seu canal no Youtube, é mãe de uma menina de 11 anos, a Helena. Com a pandemia e o isolamento obrigatório, ela se juntou à filha para se divertir na cozinha com ingredientes frescos e de boa qualidade. E foi aí que lembrou das receitas da tia avó, que sempre fizeram sucesso nos encontros da família entre as crianças, e começou a testar algumas. “Eu sempre quis que minha filha aproveitasse mais dessas receitas, é claro, mas com a correria da rotina, nem sempre parávamos para cozinhar. Agora, encontramos na cozinha uma forma de interagir mais e aprender também tanto sobre culinária, como sobre a própria conexão que nos une", completa.
A seguir, Lara ensina duas receitas que os pais podem fazer com os filhos para o Dia das Crianças. “Quem sabe, além de criar memórias afetivas e de servir como uma terapia familiar, cozinhar algo que os pequenos gostem sirva de incentivo para a formação de futuros chefs”, conclui.
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Cookie Natureza
Ingredientes:
1 xícara de açúcar mascavo
2 colheres de óleo de canola ou outro óleo vegetal
100ml de leite de coco (correspondente a meia garrafa de 200ml)
1 colher de café de baunilha
1 colher de sobremesa de fermento em pó
1 xícara e meia de farinha de trigo
a pontinha de uma colher de café de sal
1 colher de café de bicarbonato
1 pitada de canela em pó e uma pitada de cravo em pó (se desejar)
Opcionais: passas, castanhas, chocolate em pedaços, raspas de laranja, goiabada...
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Modo de preparo:
A receita é feita em duas etapas. Primeiro, leve os cinco primeiros ingredientes para uma vasilha e misture bem. Depois, incorpore os outros ingredientes à mistura e mexa mais. Pegue um pouco da massa, faça bolotas e disponha em uma forma com espaço entre os cookies. Se desejar incluir os opcionais, basta pegar um punhado e adicionar à massa. Leve ao forno pré aquecido, 180°, por 30 minutos ou até que fiquem dourados.
Bolinho de espinafre
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Ingredientes:
1 ovo
1 maço de espinafre
1/2 xícara de leite
1 colher de sopa de queijo ralado
2 colheres de sopa de farinha de trigo
1 cebola picadinha
1 colher de chá de fermento em pó
Sal, pimenta do reino e cheiro verde a gosto
Modo de preparo:
Refogue a cebola num fio de azeite e coloque o espinafre até murchar um pouco. Reserve. Em outra vasilha, misture com as mãos os outros ingredientes. Acrescente o espinafre cortado bem pequenininho. Coloque nas forminhas e salpique queijo parmesão. Leve ao forno até dourar.