Bloco Fogo e Paixão arrastou uma multidão às ruas neste final de semana no RioGilvan de Souza / Agencia O Dia

O maior espetáculo do mundo, como é conhecido o Carnaval, começou, para alegria de milhões de pessoas que vão às ruas fantasiadas e em busca de diversão. Com a volta dos blocos, uma das ações mais praticadas entre todos os foliões é o beijo na boca. Apesar de ser um momento prazeroso, é preciso tomar alguns cuidados.
Segundo Gabriell Borgato, professor de Odontologia do Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio, Ceunsp, as principais doenças transmissíveis pelo beijo são: mononucleose, herpes labial e candidíase. A mononucleose, conhecida também como “Doença do Beijo”, é um vírus transmitido pela saliva que pode causar mal-estar, febre, dores de cabeça e garganta, além de placas brancas na garganta.
Com a herpes labial, há sinal de feridas nos lábios após o aparecimento de pequenas bolhas, que regridem e cicatrizam após alguns dias. Sua infecção inicial em quem nunca teve contato com o vírus pode causar alterações sistêmicas, como dor de cabeça, febre, mal-estar e feridas na cavidade oral. Já a candidíase, ou o famoso “Sapinho”, é uma infecção fúngica que leva ao aparecimento de placas esbranquiçadas e avermelhadas na região do céu da boca e língua.
“A melhor forma é estar atento aos sinais de feridas que possam estar evidentes na região dos lábios e ao redor da boca, visto que a maioria dessas infecções podem levar a esse tipo de condições”, diz o professor Gabriell, em relação à prevenção dessas doenças.
Também é possível adquirir doenças sexualmente transmissíveis e várias infecções no aparelho respiratório e digestório, que são transmitidas pelo beijo e por perdigotos, que é a saliva expelida quando se tosse, de acordo com o infectologista e professor de Medicina da Universidade de Franca, Unifran, Rubens Pereira, que também cita as campanhas feitas pelo governo em relação ao sexo seguro, com uso do preservativo. Mas ele ressalta que há falta de informação em relação às doenças transmitidas pelo beijo.
A fase aguda da maioria dessas infecções dura, em média, entre uma e três semanas, no entanto, algumas doenças infecciosas podem ser transmitidas por meses, como a mononucleose, ou por anos, como herpes, o Papilomavírus Humano (HPV), que pode causar câncer de útero e de pênis, e sífilis. A transmissão por beijo do HIV é rara, mas não é impossível, se o paciente estiver em tratamento ou carga viral indetectável.
É imprescindível saber que essas quatro doenças podem ficar permanentemente no corpo e, precisarão de uma atenção maior. Quanto mais cedo descobrir, mais fácil será o tratamento das doenças curáveis, como a sífilis e o herpes. O tratamento do HPV é mais complexo, por isso vale a pena estar com a vacinação em dia. O HIV, infelizmente, ainda não tem cura e o paciente fica refém de um coquetel de remédios.
A melhor prevenção é o cuidado próprio, ou seja, buscar ter uma boa saúde e fazer exames de rotina de acordo com o pedido médico e vacinação em dia. Evitar as festividades em caso de sintomas de doença ativa, como resfriado e febre, para que não as transmita para outras pessoas e não corra o risco de ser infectado com outras doenças.
É importante lembrar do uso de preservativo nas relações sexuais, inclusive orais. Também é de extrema importância lembrar da hidratação e de ter um sono regular. Em caso de aparecimento de qualquer lesão na boca que apresente sangramentos ou suspeitas, além de desconfortos no corpo em geral, devem ser investigados pelo cirurgião-dentista em consultório odontológico imediatamente.
*Reportagem do estagiário Lucas Tavares sob supervisão de Paulo Ricardo Moreira