Ingra LyberatoRICARDO LAGE/ divulgação

Rio - Conhecida por seus marcantes papéis na TV, no cinema e no teatro, a atriz Ingra Lyberato lança seu terceiro livro "O despertar do amor sistêmico", nesta quinta-feira (6), na Livraria Travessa do Leblon, na Zona Sul do Rio. A obra fala sobre constelação familiar, xamanismo e expansão da consciência.
"O livro é um compartilhamento de conhecimentos milenares e dos processos de autotransformação na evolução pessoal. Não falava sobre esses assuntos profundos publicamente, mas na pandemia comecei a ver que as pessoas estão reconhecendo a própria angústia pela falta de sentido na vida. Hoje, tenho 58 anos e com quarenta e poucos percebi que já tinha realizado a maioria dos meus sonhos (carreira, reconhecimento, família, filho), mas faltava algo que era essencial e eu desconhecia. Enxerguei que a realidade da vida não depende das circunstâncias externas, mas sim do estado de espírito", explica a escritora.
Com isso, ela se aprofundou nos estudos de terapias alternativas e autoconhecimento, como a constelação familiar, e conheceu o xamanismo, um práticas rituais ancestrais. "Passei por um processo de reprogramação profunda e revelo esse passo-a-passo no livro. Trago caminhos de compreensão e prática para a liberação do passado, reconhecendo o padrão de repetição que estava inconsciente para então fazer a mudança pela consciência, guiados por um amor mais amplo, o amor sistêmico", explica. 
"O livro leva o leitor pela mão dentro de um conhecimento que na verdade é resgate de sabedorias antigas a respeito da luz e da sombra, da consciência e da inconsciência que nos habita, para que a própria pessoa possa finalmente se abrir para viver novas histórias. São conhecimentos que estimulam a auto observação, a autotransformação e a coragem de fazer diferente, coragem para ser feliz", completa.
Ingra afirma que a mensagem central da obra é que tudo está interligado. "Que o mundo interno, mente e corpo, é nossa realidade e existem leis muito simples que podem nos guiar na relação com nós mesmos e com o mundo. Também proponho uma auto investigação do universo inconsciente e o desenvolvimento de um novo paradigma em que fazemos parte da teia da vida e por isso nunca estaremos separados do Todo".
Novelas
Afastada das novelas desde 2022, quando fez uma participação especial no remake de "Pantanal", na TV Globo, Ingra diz que sente saudades de atuar em folhetins, mas pela falta de convites, foca em outros projetos. "Sinto muita falta, mas não fico sofrendo como antes. Existe propósito nos caminhos que se abriram para mim. Enquanto não me chamam para atuar como atriz, estou colocando meu dom em algo que faz muito sentido para mim. Quando me chamarem, reorganizo minha agenda de terapeuta e vou viver de corpo e alma o ofício de atriz que tanto amo", destaca ela, que já brilhou em tramas como "Tieta" (1989), "A História de Ana Raio e Zé Trovão" (1990), "Pantanal" (1990), "Quatro por Quatro" (1994), "O Clone" (2001) e "Segundo Sol" (2018). 
Etarismo
Aos 58 anos, a artista destaca que não percebe o peso do etarismo em sua carreira, porém, sente falta dos veteranos na TV e nas telonas. "Se alguém me descartou por causa da minha idade, nem fiquei sabendo… (risos). Mas realmente sinto falta de ver atores veteranos na televisão e no cinema. Graças a Deus, eles vão para o teatro por conta própria e podemos nos deleitar com seu talento. No ofício do ator a idade precisa ser vista como valor agregado, pois a vida traz mais conteúdo, mais densidade, mais conhecimento e mais técnica. Sem falar que os personagens mais maduros são os mais interessantes", opina.
A atriz e escritora, então, cita Fernanda Torres, indicada ao Oscar pelo papel de Eunice no filme "Ainda Estou Aqui". "Podemos ver a Fernanda Torres do jeito que é, com seus cuidados equilibrados de saúde e beleza, sendo reconhecida pelo talento e pela elegância. Essa é a maior beleza que existe: elegância, talento, sabedoria. Valores que transbordam dos atores veteranos e inspira a todos. Acho que precisamos passar dessa fase de busca exagerada de juventude para enxergar valores perenes. É um processo", explica.
Bem-estar
Ingra revela o segredo para manter a boa forma. "A idade tem tudo a ver com os novos caminhos de autoconhecimento que estou trilhando... Me olho no espelho todos os dias e acho importante gostar do que vejo. Hoje aceito minhas marcas de vida, mas posso fazer minha parte para ter brilho nos olhos e na pele". 
Ela ainda afirma que tem boas práticas alimentares. "Não tomo refrigerantes e evito alimentos com açúcar e gordura saturada. Há anos parei de comer carne e não bebo álcool. Senti que não me fazia bem energeticamente. Sai da nutrição que inflama e tomo alguns suplementos como vitamina B12, D3, K2 e Vit C. Faço uma leve reposição hormonal, tomo um pouco de sol e estou sempre em movimento. Dormir e acordar cedo também é fundamental para mim. Não faz sentido gostar do que me agride. Sinto que isso é amor próprio e se reflete em tudo a vida".
 *Reportagem do estagiário Lucas Adeniran, sob supervisão de Isabelle Rosa