A empresária Sueli Sobral da Sobral DesignDivulgação
Sou casada e tenho duas filhas, uma de 15 e outra de 18 anos. Sempre tento passar para elas lições valiosas para que possam se destacar na vida, tanto na escola quanto no trabalho. A mais velha inclusive trabalha comigo no setor de marketing e vendas da empresa, enquanto a outra gosta de desenhar e já chegou a fazer peças para a Sobral quando era mais nova.
Sou carioca, mas já morei no nordeste por um tempo. Antes de trabalhar com acessórios, trabalhei em vários outros setores para não ficar parada. Porém, realmente encontrei meu amor pelas bijoux e hoje em dia não me vejo trabalhando com outras coisas. Comecei na Sobral nos anos 2000 como vendedora no aeroporto.
Existe uma expressão do inglês chamada "statement jewellery". Acredito que se encaixa perfeitamente na Sobral. As peças contam histórias e transmitem confiança ao serem vestidas. Uma psicóloga francesa, ao ver Theresa May usar nossas peças, traduziu esse pensamento: um homem veste uma gravata vermelha para demonstrar força e segurança durante uma discussão, a mulher se empodera pelos acessórios. Existe algo mais ousado do que a arte?
A marca de acessórios e peças em resina, surgiu da paixão de Carlos Alberto Sobral pela arte. Ele e sua ex-esposa começaram tudo vendendo peças de madeira e outros materiais em feiras hippies até conhecerem a resina. Exploraram mercados, inclusive o europeu, enquanto desenvolviam novas técnicas de criar acessórios com a resina. Hoje já trabalhamos com reutilização da resina e somos uma marca ecofriendly antes mesmo da discussão tornar-se comum.
Empreender vem com o tempo. Experiência no mercado lhe traz conhecimento para entender as possibilidades de suas apostas. É sempre bom entender que nunca existem certezas, então é sempre bom se preparar para o que vier. Aprendi a mexer no Instagram durante a pandemia, enxergando o crescimento que poderia vir a partir desse investimento. Não fiz curso nem faculdade de marketing, mas estudo no meu dia a dia ao entender o que dá ou não certo. Isso é empreender: estudar com o que tem para crescer amanhã.
Perguntei para minha filha e a resposta dela foi "óbvio que sim!". Ser um mulherão é se autodescobrir diariamente. Lutar por o que acredita para sempre ultrapassar os limites, respeitando o trajeto até chegar ao final. Perdi minha mãe pouco antes da pandemia e ela sempre foi um mulherão. Tento trazer isso em mim e reproduzir o mesmo nas minhas filhas.
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