Conjuntivite de inverno: como se proteger?Reprodução
De acordo com a Dra. Thais Sobreira, oftalmologista do Instituto de Especialidades Pediátricas (IEP), há um aumento de conjuntivite alérgica neste período. “O clima seco leva a menor lubrificação natural dos olhos, crianças têm sua imunidade alterada e se expõem a ácaros presentes em roupas e sapatos que estavam guardados. Todos esses fatores causam aumento no número de casos”, explica.
Segundo a Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica (SBOP) casos de conjuntivite alérgica em crianças e adolescentes são cada vez mais prevalentes. “A predisposição genética combinada com fatores ambientais como poluição, alimentos e alérgenos podem estar associados ao aumento no número de casos ao longo dos anos”, esclarece a Dra. Thais. Ela também destaca que quem já sofre com um quadro alérgico tem mais chances de desenvolver essa condição.
Os mesmos fatores alérgicos que causam sintomas respiratórios podem causar reação nos olhos e gerar alterações que vão desde coceira e lacrimejamento, a lesões mais graves como na córnea. Os sintomas podem atingir os dois olhos e podem variar de leves a severos dependendo do caso.
“O principal é a coceira intensa, mas também pode estar presente o lacrimejamento, olho vermelho, secreção clara, fotofobia, aumento na frequência do piscar e alterações visuais. Importante lembrar que trata-se de um quadro não infeccioso e não há risco de contágio”, esclarece a médica.
Vale lembrar que a principal diferença entre a conjuntivite alérgica e a infecciosa está na causa. Enquanto a alérgica é causada por fatores como pólen, ácaros, poeira e mofo, a infecciosa é decorrente da ação de vírus e bactérias.
“A apresentação clínica é outra diferença entre elas. Apesar de terem em comum a queixa de olhos vermelhos e desconforto ocular, outros sintomas são diferentes. O fato é que através da história clínica e exame oftalmológico detalhado é possível realizar essa diferenciação”, explica.
O diagnóstico é feito durante a consulta médica baseado no histórico e exame oftalmológico. Na conversa com familiares é importante detalhar o tempo dos sintomas e identificar o fator causador. Em alguns casos será necessária a realização de exames complementares.
O tratamento se inicia com medidas de controle ambiental para reduzir o contato da criança aos causadores do problema. Para controle e alívio dos sintomas podem ser usados colírios antialérgicos, lágrimas artificiais, colírios de corticoide e até imunossupressores. A escolha do tratamento vai variar de acordo com a gravidade do quadro.
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