INCA investiga como mulheres negras são mais atingidas por câncer de mama agressivo Reprodução

Olá, meninas!
Estamos no Outubro Rosa, o mês de conscientização pelo combate ao câncer de mama. Uma data muito importante para as mulheres do mundo todo, que reforça o tratamento e faz o alerta sobre essa doença. E este ano, como um passo fundamental nessa luta, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) divulga um novo estudo que analisa os casos mais graves da doença em mulheres negras.
Definir o perfil completo das mulheres que mais sofrem com o câncer de mama triplo negativo (TNBC) no país, a partir de fatores sociais, comportamentais, ambientais e biológicos. Este é o objetivo do estudo, com o nome “Mantus - Mulheres Negras e Câncer de Mama Triplo Negativo: Desafios e Soluções para o SUS”. Esse subtipo mais agressivo da doença tem maior número de ocorrências na população negra, tanto no Brasil como em outros países, assim como a estimativa costuma ser pior quando comparado ao de mulheres brancas com o mesmo problema.
“Uma análise molecular mostrou alterações que parecem ser específicas de mulheres negras, e é esse achado que estamos explorando no momento”, revela a pesquisadora do INCA Sheila Coelho Soares Lima, responsável pela coordenação do trabalho.
O estudo teve início em 2022. Na fase piloto, já concluída, foi feita uma avaliação retrospectiva de mil pacientes do Instituto, o que confirmou a relação do câncer de mama mais agressivo com a cor da pele preta ou parda.
A primeira hipótese para explicar a maior ocorrência do subtipo mais agressivo (TNBC) em mulheres negras é a influência da ancestralidade e de mecanismos moleculares. Mas fatores comportamentais e ambientais, como o menor acesso aos serviços de saúde, também são levados em conta como possíveis causas. “Pretendemos explorar tudo em conjunto, pois não existe nenhum estudo que englobe esses diversos aspectos, muito menos no Brasil”, esclarece Sheila.
Segundo a pesquisadora, além da avaliação conjunta de fatores diferentes, o trabalho inova ao fazer uma análise específica da população brasileira do ponto de vista genético. Até então, o dado considerado era a cor da pele autodeclarada pelas pacientes. “Em um país miscigenado como o Brasil, é preciso avaliar a ancestralidade, pois pode haver variantes constitutivas dessas mulheres que nos ajudem a entender quem são aquelas que, de fato, têm maior risco de desenvolver a forma mais agressiva da doença”, explica Sheila.
O principal propósito do estudo é produzir dados científicos para o desenvolvimento de estratégias de prevenção e diagnóstico precoce, assim como a formulação de novas terapias para o controle do câncer de mama agressivo.
“Considerando que 76% da população que usa o Sistema Único de Saúde é negra, os resultados que buscamos vão reduzir custos e melhorar o tratamento na rede de saúde do Brasil”, finaliza a pesquisadora.
Vamos conversar mais sobre esse assunto? Aguardo vocês no meu programa na TV Band, o Vem Com a Gente, de segunda a sexta a partir das 13h40. E também no meu Instagram @gardeniacavalcanti.