Especialista esclarece as principais dúvidas sobre diabetesReprodução

Olá, meninas!
Celebrado hoje, 14 de novembro, o Dia Mundial do Diabetes tem como objetivo conscientizar a população sobre a prevenção, diagnóstico e controle da doença. Recentemente, pesquisa publicada pelo Vigitel Brasil revelou que, em 2023, 10,2% da população brasileira adulta tinha diabetes, um aumento em relação a 2021, quando o índice era de 9,1%.
O Brasil ocupa a quinta posição mundial em número de adultos com diabetes, atrás apenas de China, Índia, Estados Unidos e Paquistão. No mundo inteiro, o número de pessoas com a doença também segue em crescimento, com mais de 537 milhões afetados.
A doença se manifesta de duas formas principais, o que, às vezes, ainda gera certa confusão:
- O Diabetes Tipo 1 ocorre quando o sistema imunológico ataca e destrói as células beta do pâncreas, responsáveis pela produção de insulina. É geralmente diagnosticado em crianças e jovens adultos.
- O Diabetes Tipo 2 resulta da resistência à insulina e uma deficiência relativa de insulina. Está associada a fatores de risco como obesidade, sedentarismo e alimentação inadequada, sendo mais comum em adultos.
"O diabetes pode levar a várias condições graves, especialmente se não for controlado, e a alimentação tem um papel central. Manter uma dieta saudável é uma das principais estratégias para regular os níveis de glicose no sangue e evitar complicações, tanto para quem já foi diagnosticado quanto para aqueles que estão em risco de desenvolver a doença", explica Durval Ribas Filho, médico nutrólogo e presidente da Associação Brasileira de Nutrologia.
O especialista esclarece as principais dúvidas sobre a doença e o que pode ou não ser consumido:
A alimentação influencia o desenvolvimento do diabetes tipo 2?
O diabetes tipo 2 está, intrinsecamente, ligado ao estilo de vida e a alimentação é um dos principais fatores. O consumo excessivo de produtos ricos em açúcar, gorduras saturadas e carboidratos refinados, como pães e doces, pode levar ao ganho de peso e à resistência à insulina, dois dos principais fatores de risco para o desenvolvimento da doença.
Quais alimentos devem ser evitados para quem tem diabetes?
Especialmente os alimentos ricos em açúcares simples, como refrigerantes, doces e bolos. Também é importante limitar o consumo de alimentos processados, ricos em gorduras saturadas e trans, que podem agravar a resistência à insulina. Alimentação saudável é essencial, com a inclusão de mais vegetais, grãos integrais, proteínas magras e gorduras saudáveis nas refeições.
É preciso cortar completamente os carboidratos da alimentação?
Os carboidratos são importantes para fornecer energia ao corpo, portanto a qualidade e quantidade devem ser monitoradas. O ideal é sempre escolher os carboidratos complexos, como os encontrados na batata doce ou na aveia e quinoa, por exemplo, que são digeridos mais lentamente, evitando picos de glicose.
Por que o controle do índice glicêmico é importante para quem tem diabetes?
O Índice Glicêmico (IG) mede a velocidade com que um alimento eleva a glicose no sangue. Portanto, alimentos com alto IG, como pão com farinha branca e refrigerantes, aumentam rapidamente os níveis de glicose. Já os alimentos com baixo Índice Glicêmico, como lentilhas, têm um impacto mais gradual. É essencial que os pacientes diabéticos controlem o IG para evitar picos de glicose.
O controle de peso ajuda nos cuidados com o Diabetes?
Além da adoção de uma dieta balanceada, o controle do peso é importante, pois a perda de gordura, mesmo uma pequena quantidade (5-7% do peso corporal) pode reduzir significativamente o risco de diabetes tipo 2.
É possível se prevenir?
Fatores comportamentais têm importante papel no surgimento do diabetes. O crescimento dos casos do tipo 2, apontado em inúmeras pesquisas, se deve ao estilo de vida pouco saudável da população, como o sedentarismo e a má alimentação. Por isso, a prevenção envolve uma combinação de mudanças, que podem reduzir significativamente o risco. Nesta lista ainda se inclui a prática de atividades físicas, pelo menos 150 minutos por semana; o consumo limitado de álcool e não fumar, pois o tabagismo aumenta o risco da doença e suas complicações cardiovasculares.