78% das mulheres empreendedoras no Rio de Janeiro são mãesReprodução
78% das mulheres empreendedoras no Rio são mães
Estudos comprovam os desafios e a pressão social que mães em cargos de liderança enfrentam
Olá, meninas!
Um estudo recente realizado pela Secretaria de Estado da Mulher do Rio de Janeiro traçou o perfil de mulheres empreendedoras. A pesquisa ouviu 1.844 mulheres de todo o estado e apontou que, além de quase 80% serem mães, 49% delas são as principais provedoras financeiras de seus lares. Muitas dessas mulheres, além de liderar, também precisam equilibrar responsabilidades familiares e são criticadas por se dedicarem tanto tempo ao trabalho.
Uma pesquisa do Sebrae, de julho, aponta que o público feminino responde atualmente por 54,6% do empreendedorismo potencial no Brasil. Ou seja, as mulheres protagonizam cada vez mais o mercado e desafiam estereótipos sobre os papéis que devem ocupar, seja no ambiente corporativo, seja no setor esportivo. No entanto, o cenário ainda é desfavorável para a população feminina.
Uma dessas histórias é a de Rosicleia Campos, head coach do departamento de judô do Flamengo, que foi mãe aos 43 anos de gêmeos. Quando teve seus filhos, ainda treinava a seleção brasileira de judô e enfrentou um grande desafio, conciliar a vida maternal com as demandas do trabalho.
“Eu sempre viajei muito e eu me cobrava demais por às vezes estar perdendo momentos dos meus filhos pequenos. Quando tive meus filhos, eu não podia parar o meu trabalho e sempre foi algo que eu amo fazer. Muitos homens ocupam esses mesmos cargos e o peso não é tão grande quanto é para a mulher. Eu tive muita sorte de ter um parceiro que sempre me incentivou no meu trabalho. No entanto, ele mesmo já foi questionado por outros sobre a nossa relação e a minha “ausência” no espaço familiar”, comenta Rosicleia.
A pesquisa da Secretaria de Estado da Mulher mostra ainda que a maioria das mulheres (56%) tem rendimento médio inferior a R$ 3.200, pertencendo às classes D/E de renda, segundo a classificação do IBGE. Além disso, 59% se autodeclaram negras. Isso revela uma falta de oportunidade e desigualdade para uma parcela específica da população que muitas vezes precisa ser dona de um pequeno empreendimento por falta de contratação em outros serviços.
"A falta de apoio, tanto no trabalho quanto na vida pessoal, pode ser um fator determinante para que muitas mulheres desistam de seus sonhos empreendedores ou de liderança. O papel das empresas em oferecer flexibilidade e entender as demandas familiares também é fundamental", completa Rosicleia.
A luta pelo reconhecimento, pela equidade e pelo equilíbrio entre vida pessoal e profissional segue sendo um desafio diário para muitas mulheres, mas também é um reflexo de sua determinação em ocupar os espaços que merecem. A carga de responsabilidades femininas ainda é desproporcional, iniciativas que promovam a igualdade de gênero no mercado de trabalho são cada vez mais urgentes.
Vamos falar mais sobre esse assunto? Aguardo vocês no meu programa na TV Band, o Vem Com a Gente, de segunda a sexta a partir das 13h40. E também no meu Instagram @gardeniacavalcanti.

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