Mestre Peixe de Caxias, ícone da capoeiraDivulgação

Duque de Caxias - A Capoeira Angola do Rio de Janeiro perdeu um dos seus principais nomes: Itamar da Silva Barbosa, mais conhecido como Mestre Peixe de Caxias. Itamar nasceu na cidade de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e deu os primeiros passos na capoeira em 1972, aos 12 anos. No dia 13 de junho de 1973, junto com outros amigos capoeiristas, fundou a roda de rua mais antiga do estado do Rio em atividade até hoje, a Roda Livre de Caxias, realizada na Praça do Pacificador e declarada Patrimônio Imaterial da cidade de Duque de Caxias em 2016.
Na década de 1990, formou, junto com Jonas Rabelo, o Mestre Russo, e Ulisses Ribeiro de Souza, o Mestre Velho, o Grupo Cosmos Capoeira. Nesse período ganhou reconhecimento internacional, realizou workshops, encontros, oficinas, palestras e participou de documentários e intercâmbios culturais em vários países da Europa e América do Sul.
Em 2012, Mestre Peixe dá uma nova guinada para a consolidação da sua trajetória com o intuito de consolidar a sua história na capoeira ao fundar, a partir de uma parceria entre Mestre Velho e Carlos Alberto Sacramento, o Mestre Graffit, o Grupo Unificar de Capoeira Angola (GUCA). O núcleo central do coletivo é sediado no Gomeia Galpão Criativo, em Duque de Caxias, e realiza com frequência atividades na comunidade do Lixão.
Em 2016, o GUCA amplia a sua atuação para o Rio de Janeiro e passa a ocupar a sede do Centro de Teatro do Oprimido (CTO), no bairro da Lapa. Três anos depois, a partir de uma parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF), passou também a levar a Capoeira Angola de Caxias para o município de Niterói.
Itamar deixa duas filhas, Taís Barbosa e Tamíres Barbosa; uma neta de quatro meses, Eduarda Barbosa Nascimento; e um importante legado de luta e resistência para a Capoeira Angola no Rio de Janeiro. Mestre Peixe sempre acreditou na capoeira como uma ferramenta inequívoca de transformação social.