O setor de aviação no Brasil está em forte crescimento em 2025, impulsionado pelo aumento no número de passageiros e pela recuperação do volume de voos em comparação com o período pré-pandemia de covid-19. A área é uma boa oportunidade para quem tem interesse em ingressar em um mercado de trabalho com salários acima da média de R$ 18 mil, podendo ultrapassar esse valor conforme experiência e frota.
A Gol está com um programa de ampliação do seu quadro de copilotos. O plano prevê a contratação de, em média, um novo piloto por dia. Até o fim do ano, cerca de 30 profissionais ingressarão mensalmente na companhia, por meio do banco de talentos da empresa. A companhia aérea também está com vagas abertas para comissários de bordo. Os interessados devem se candidatar pela internet.
A Latam abrirá inscrições para vagas de copiloto e comissário de bordo a partir da próxima quinta-feira (6). Os interessados poderão se candidatar até 16 de novembro pela internet.
"O novo processo seletivo reflete esse crescimento sustentável e a forte demanda de profissionais interessados em desenvolver suas carreiras em uma empresa dinâmica, que oferece amplas oportunidades de aprendizado, crescimento e atuação em um ambiente global e multicultural, com benefícios competitivos e um propósito claro de conectar pessoas e impulsionar o desenvolvimento da América do Sul", afirma Jefferson Cestari, diretor de Recursos Humanos da Latam.
Entre os requisitos para comissário de bordo estão: ser maior de 18 anos; Ensino Médio completo; curso profissionalizante; passaporte Brasileiro válido (no momento da admissão); certificado Médico Aeronáutico (CMA), com validade mínima de 1 ano (no ato da inscrição); certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia (CIVP) | Vacina de Febre amarela (FA); proficiência nos idiomas Inglês e/ou Espanhol validado no processo seletivo, através da metodologia ICAO 4; entre outros.
Para copiloto é necessário ter experiência mínima de 150h totais de voo de avião, licença de piloto comercial de avião, habilitação IFRA, habilitação MLTE ou Tipo, CCT de PLA, entre outros.
A Líder, empresa de aviação executiva, está com oportunidades para profissionais na cidade do Rio. As oportunidades são para o Aeroporto de Jacarepaguá, na Barra da Tijuca, como Auxiliar de Pista. Os requisitos são ensino médio completo, inglês avançado, experiência na área de atendimento e CNH Categoria D ou E. O interessados devem se candidatar pela internet.
Além do salário, há benefícios como assistência médica e odontológica, previdência privada, participação nos lucros da empresa, vale-refeição, vale-transporte e vale-alimentação. Algumas contam ainda com seguro de vida.
Cursos
A capacitação específica para o setor é decisiva nas contratações. Primeiro, é preciso identificar a carreira de interesse, como piloto, comissário de bordo ou mecânico, e buscar a formação em escolas aprovadas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Segundo os especialistas, o setor aéreo oferece remuneração atrativa. O agente de aeroportos ganha cerca de R$ 1,5 mil, além dos benefícios. Comissário de bordo tem média salarial variando de R$ 6 mil a R$ 9 mil. Já um piloto recebe entre R$ 7 mil e R$ 18 mil, podendo ultrapassar esse valor conforme experiência e frota.
No Rio, a Paiva Aviation Escola de Aviação Civil atua há mais de uma década formando profissionais para diversas áreas da aviação civil, com instrutores atuantes em companhias aéreas.
Os cursos oferecidos são:
- Agente de Aeroportos: curso presencial com carga de 15h (dois sábados). Ideal para quem busca o primeiro contato com o ambiente aeroportuário, desenvolvendo conhecimentos sobre atendimento, logística e segurança. O valor do curso está em R$ 550.
- Comissário de bordo: disponível nas modalidades presencial (3 a 6 meses) e EaD (3 meses). Oferece aulas de CRM, saúde mental, PNAE, Libras, apresentação pessoal, treinamento com óculos de realidade virtual e combate a incêndio. Na modalidade presencial, o curso gira em torno de R$ 2,5 mil. Já em EaD, ela sai a R$ 1.890.
- Piloto (Teórico): oferecido nas modalidades presencial e EaD, com formação para Piloto Privado e Piloto Comercial IFR. O curso presencial custa R$ 2.,6 mil. Na modalidade EaD, o valor é de R$ 1.547.
A Paiva Aviation Escola de Aviação Civil fica localizada na Praça Ana Amélia, 9 – 11º andar – Centro do Rio. Os interessados podem entrar em contato pelo telefone (21) 97941-8117.
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A ACFT Escola de Aviação oferece a formação de Mecânico de Manutenção Aeronáutica, com o curso básico e específico, com duração de 20 meses, semipresencial ou presencial. A instituição cobra o valor de R$ 200 de matrícula e mensalidades de R$ 280. O pagamento pode ser realizado por meio de cartão de crédito ou débito, Pix, depósito ou dinheiro.
Para o aluno iniciante, é necessário escolher o curso específico que irá fazer juntamente com o básico como:
- Aviônica AVI – parte eletrônica do avião; - Célula CEL – estrutura da aeronave (portas, poltronas, estrutura); - Motor GMP – motor do avião (motor e hélice);
Segundo a ACFT, o salário depende do nível de experiência. Iniciantes, com menos de quatro anos de profissão, recebem entre R$ 2,5 mil e R$ 3,1 mil, além dos benefícios. Os de nível médio, com 4 a 7 anos de carreira, ganham de R$ 4 mil a R$ 6 mil. Já com o nível de experiência mais elevado, acima de 7 anos, o salário varia de R$ 6,5 mil a R$ 10 mil.
A escola fica localizada na Avenida Teixeira de Castro, 664, Bonsucesso (entre a passarela 10 e 11), próximo ao viaduto da Ilha do Governador.
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Já a Edapa Escola de Aviação, com matriz de Campinas (SP), possui uma unidade de ensino em Petrópolis, , na Região Serrana. Ela oferece aulas presenciais que são transmitidas ao vivo para todo Brasil. Apenas a parte prática da formação é obrigatória é realizada de maneira presencial em uma das unidades pelo País.
Cursos oferecidos:
- Mecânico de Aeronaves, com módulos básico (inicial e obrigatório), Célula (especialização na parte estrutural das aeronaves), GMP (especialização em motores) e Aviônicos (especialização na parte eletrônica das aeronaves). O valor depende do curso escolhido, com custo inicial de R$ 2,8 mil.
- Comissário de Voo: duração de 4 meses, no valor de R$ 2.660. À vista sai por R$ 2.184 ou 10x no cartão de crédito por R$ 266. Valores extra: práticas de selva, mar e combate ao fogo: 2x de R$ 125
- Piloto Privado de Avião/Helicóptero: duração de 4 meses, no valor total de R$ 2.555. O valor à vista é de R$ 2.299,50 (com desconto de 10%) ou em até 7x de R$ 350 no boleto.
- Piloto Comercial: duração de 5 meses, no valor total de R$ 2.695. À vista, o curso sai por R$ 2.425,50 (com desconto de 10%) ou em até 7x de R$ 370.
Os interessados devem entrar em contato pelo telefone (19) 3278-4646 ou site da escola www.edapa.com.br.
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Setor aquecido
De acordo com o Panorama Transportes da Infra S.A., publicado pelo Observatório Nacional de Transporte e Logística, a movimentação de pessoas em voos domésticos cresceu 8,23% no acumulado de janeiro a agosto de 2025 em relação ao mesmo período de 2024, alcançando 65,8 milhões de passageiros. Nos voos internacionais, o avanço para o período foi ainda maior, de 16,1%, com um total de 19,4 milhões de embarques.
Segundo a Anac, a movimentação de passageiros em voos nacionais atingiu 8,5 O resultado representa um crescimento de 7,6% em relação a setembro de 2024, quando foram contabilizados 7,9 milhões de viajantes, marcando o 13º mês consecutivo de alta.
No acumulado do ano, o total de passageiros em voos nacionais alcançou 74,2 milhões, aumento de 8% ante o mesmo período de 2024, quando foram 68,7 milhões. No Rio de Janeiro, o Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim, o Galeão, movimentou pouco mais de 1 milhão de passageiros domésticos.
No esfera internacional, o Brasil também celebrou uma marca inédita para setembro, com 2,3 milhões de passageiros movimentados, o que representa um salto de 9,5% em comparação ao mesmo mês do ano anterior.
O País ainda bateu recorde na chegada de turistas estrangeiros nos primeiros nove meses de 2025, com 7.099.237 visitantes, um crescimento de 45% em relação ao mesmo período de 2024. Esse número já supera o recorde anual anterior, registrado em 2024, quando o Brasil recebeu 6.773.619 turistas internacionais.
A receita gerada pelos turistas internacionais totalizou US$ 6,044 bilhões (cerca de R$ 32,5 bilhões) entre janeiro e setembro, valor 11,7% superior ao do período de 2024. Esses recursos são provenientes de gastos com hospedagem, alimentação, transporte, lazer e compras.
Emprego
Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), apontam que o setor de transporte aéreo de passageiros registrou um saldo positivo de 2.471 postos formais de trabalho em 2024 no Brasil, sendo 9.591 admissões e 7.120 desligamentos. No estado do Rio Janeiro, o saldo ficou em 673, com 1.629 admissões e 956 desligamentos.
Até setembro de 2025, o setor ficou com saldo de 964 vagas no País, sendo 7.716 admissões e 6.752 desligamentos. No Rio, o saldo positivo ficou em 555 postos de trabalho, com 1.357 admissões e 6.752 desligamentos.
Apesar do saldo positivo, o número de demissões continua alto. Segundo a Airbus, parte dos profissionais afastados do mercado na pandemia não retornaram ao setor, e reconstruir essa força de trabalho qualificada leva tempo. A demanda por viagens, no entanto, continua avançando.
"Definitivamente serão necessários esforços adicionais para atrair e treinar novos talentos", afirmou a empresa, em nota.
Segundo as estimativas da empresa, o tráfego doméstico e internacional de passageiros na América Latina deve crescer a uma taxa anual de 5,5% até 2027, como resultado da recuperação da pandemia. A médio e longo prazo, o tráfego irá voltar às tendências pré-pandêmicas, com taxa de crescimento anual de 3,6% entre 2028 e 2043.
Para André Paiva, diretor da Paiva Aviation Escola de Aviação Civil no Rio, a falta de mão de obra qualificada no setor se deve, em parte, à procura por formações não reconhecidas ou métodos simplificados que não seguem o padrão Anac.
"Isso reflete diretamente na qualidade técnica dos profissionais. Por isso, reforçamos a importância de buscar escolas sérias e certificadas, que mantém foco na segurança e excelência do ensino", apontou.
A reportagem entrou em contato com a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) e o Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA), o Sindicato Nacional Dos Aeronautas (SNA), para que se posicionassem sobre as demandas do setor e a escassez de mão de obra qualificada.
O SNEA afirmou que "atua exclusivamente em assuntos relacionados à negociação coletiva" e pediu para entrar em contato com a Abear. Já a associação informou que "não tem porta-voz para falar sobre este tema" e orientou entrar em contato com o sindicato.
A reportagem também entrou em contato com o Ministério dos Portos e Aeroportos, que encaminhou para a Anac. A agência não deu retorno. O espaço segue aberto.
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