Por luana.benedito
Mendonça FilhoDivulgação

Rio - É preciso que governantes e educadores analisem com cuidado o Censo da Educação Superior para tentar reverter a quantidade enorme de desistências dos alunos das universidades. O percentual só cresce. Em 2010, 11,4% dos alunos abandonaram o curso.

Já em 2015, esse número chegou a 49%. São muitos recursos públicos e muita energia gasta pelos estudantes para chegar ao Nível Superior. Não é possível achar normal que quase metade dos jovens que conseguem chegar lá simplesmente desistam.

Os motivos devem ser investigados, mas alguns especialistas têm suas sugestões. O reitor da UFRGS, Rui Vicente Oppermann, acredita que o formato do Sisu colabora para isso. “Do jeito como é hoje, o candidato pode optar por dois cursos. Caso não seja selecionado na primeira opção, ele pode se matricular na segunda. Depois acaba abandonando o curso”, acredita Oppermann.

Outro palpite vem do próprio ministro da Educação, Mendonça Filho. Ele aposta que a raiz do problema está na ausência de orientação vocacional. “O Brasil tem apenas 8% dos alunos do Ensino Médio em programas vocacionais. A falta de orientação contribui para que haja uma desistência significativa dos jovens que ingressam no Nível Superior”, disse.

Talvez os dois motivos colaborem para essa gigantesca evasão. Seja lá qual for a causa, é preciso agir urgentemente.

FACULDADES VAZIAS (2)

Pelo lado dos estudantes, é preciso tomar algumas providências antes de escolher o curso universitário. Como já foi publicado nesta coluna, uma boa olhada nas matérias que constam da grade curricular, uma visita à faculdade que despertou interesse e um bom papo com os estudantes que já estão na instituição podem evitar muitas frustrações. Com essas informações, é possível tomar uma decisão mais segura. Imaginar o esforço que fazem tantos alunos para, só anos depois, descobrirem que escolheram o curso errado, é algo triste.

SUZANE VON RICHTHOFEN PERDE MATRÍCULA

Condenada em 2006 por participar do assassinato dos pais, Suzane Von Richthofen tentou entrar em um curso Superior através do Fies.
No entanto, ela perdeu o prazo para fazer a matrícula no curso de Administração em uma universidade católica em Taubaté. A inscrição terminou às 23h59 desta segunda-feira e não foi concluído por Suzane. Ela, então, perdeu o direito ao financiamento estudantil, concedido pelo governo federal.

VAQUINHA DE VENTO EM POPA

Na coluna passada, contamos a história de Walisson dos Reis Pereira, que fugiu de casa, em Minas, passou quatro anos dormindo no chão da Rodoviária de Brasília e, com o dinheiro que ganhava dos passantes, pagou os estudos, entrou para a faculdade e está prestes a se formar em Direito. A nota informava que Walisson estava fazendo uma ‘vaquinha’ online para custear a formatura, orçada em R$ 9 mil. Desde a publicação, ele arrecadou R$ 1,4 mil. Até julho, deve atingir o objetivo.

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