Candidatos trocam acusações e insultosReprodução/TV Globo

No dia em que veio a público o assassinato de um simpatizante do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em Mato Grosso, o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o petista mantiveram o tom beligerante dos discursos. O atual chefe do Executivo disse que vai "varrer" o PT para o "lixo da história". Já Lula afirmou que o ato de 7 de Setembro em Copacabana, no Rio, representava a "supremacia branca". "Até comparei com a Ku Klux Khan", disse.
Em Araguatins (TO), Bolsonaro chamou o PT de "praga" que "só gera desgraça". "Essa praga sempre está contra a população. Esse pessoal não produz nada, só gera desgraça para o povo brasileiro Com essa nossa reeleição, com a eleição do (Ronaldo) Dimas aqui para o governo do Estado, pode ter certeza, varreremos para o lixo da história esse partido dito dos trabalhadores, mas que, na verdade, é composto por desocupados", disse o presidente ontem. Na campanha eleitoral de 2018, o então candidato chegou a falar em "fuzilar a petralhada".
Lula, por sua vez, em entrevista coletiva em um hotel da zona sul do Rio, reforçou o que havia dito anteontem sobre as manifestações pró-Bolsonaro de quarta-feira, quando comparou os atos com uma "reunião da Ku Klux Khan".
"O palanque aqui de Copacabana, pela fotografia que eu vi, e eu vi só na televisão, era a supremacia branca no palanque. Eu até comparei que parecia um pouco a Ku Klux Klan, só faltou o capucho, a máscara, porque era isso o palanque. É um palanque de elite", afirmou o petista ontem.
Pelo Twitter, Bolsonaro rebateu. "Associar os milhões de famílias que foram pacificamente às ruas manifestar seu amor pelo Brasil no dia de nossa Independência a um grupo terrorista, racista e antissemita, como a Ku Klux Klan, é de longe a maior e mais covarde ofensa ao povo brasileiro que já vi em minha vida", escreveu. "Tais ofensas se tornam ainda mais revoltantes quando são proferidas por quem estava preso por assaltar o mesmo povo que agora ataca, e que está tentando, a todo custo, voltar à cena do crime. É um ex-presidiário xingando aqueles que vivem suas vidas de forma honesta e justa."
Pauta ideológica
No discurso em Araguatins, Bolsonaro reforçou a defesa de sua pauta ideológica. Afirmou que o PT quer descriminalizar o aborto, legalizar as drogas e impor o que ele chama de ideologia de gênero. "Nós não podemos errar. Sabemos que é uma luta do bem contra o mal. O lado de lá quer o comunismo, o lado de lá quer desarmar o povo de bem do Brasil", disse.
Para Lula, porém, Bolsonaro "não se dá conta de estar armando o crime organizado" ao facilitar a compra de armas e munições. "Enquanto no meu governo a gente recolheu 620 mil armas neste País, temos um cidadão na Presidência que faz decreto liberando armas à vontade, não importa o calibre, não importa a quantidade de balas", afirmou.