Conforme os dados, 35% das pessoas se sentem menos à vontade para declarar em quem vão votar para a presidência Pedro Ivo/ Agência O Dia


Segundo Datafolha, quase metade dos brasileiros (46%) diz que, nos últimos meses, deixou de falar com amigos ou familiares sobre política para evitar discussões. No levantamento de julho, o índice era de 49%. Segundo o instituto, a taxa é maior entre as mulheres, os mais jovens, mais escolarizados, mais ricos e eleitores do candidato do PDT, Ciro Gomes (54%). Também é maior entre os apoiadores de Luiz Inácio Lula da Silva, do PT (48%), em comparação com os de Jair Bolsonaro, do PL (40%).
Conforme os dados, o número de pessoas que se sentiram menos à vontade para declarar em quem vai votar para a presidência recentemente foi a 35%. Além disso, 14% disseram já ter sido ameaçados verbalmente pela posição política que defende nos últimos meses. O número é semelhante ao de julho, quando marcava 15%. Entre os eleitores de Lula, a taxa vai a 16%, já entre os de Bolsonaro, vai a 12%.
Ameaças físicas foram mencionadas por 5% dos entrevistados — índice também parecido com o levantamento anterior (7%). Entre os apoiadores do petista, a taxa é de 6%, e entre os do atual mandatário, de 3%.
Ainda, a pesquisa mostra que 34% consideram que falar sobre as preferências políticas em locais públicos e desconhecidos é visto como a situação que mais pode gerar problemas. Em segundo lugar de ambiente de mais "desconforto" para falar sobre o assunto, aparece o trabalho, com 24%, seguido por locais com a família, amigos ou colegas, com 21%, igreja ou culto, com 16%, e escola ou faculdade, com 9%.
Apenas 1% dos entrevistados citou pesquisas eleitorais e 14% disseram não sentir incômodo em nenhuma das situações.
Destaques:
  • De acordo com os dados, homens sentem mais problemas no trabalho e as mulheres, na família;
  • Moradores do Centro-Oeste veem mais problema em lugares públicos acima da média, em comparação com outras regiões;
  • Eleitores de Lula citam mais as igrejas e cultos do que os bolsonaristas.
Famílias
Dentro das famílias, 66% disseram que todos ou a maioria dos parentes vão votar no mesmo candidato a presidente que eles — 74% entre lulistas e 75% entre bolsonaristas.
Por outro lado, 15% afirmaram que uma minoria dos seus familiares vai escolher o mesmo candidato, e 10%, que ninguém vai votar igual. A soma desses dois índices vai a 34% entre os mais jovens, a 63% entre os eleitores de Ciro e a 59% entre os de Simone Tebet (MDB).
Para realizar a pesquisa, o instituto ouviu 6.800 pessoas de 16 anos ou mais em 332 cidades, de 27 a 29 de setembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais. O levantamento foi registrado na Justiça Eleitoral sob o número BR-09479/2022.
O primeiro turno das eleições 2022 ocorre neste domingo, 2 de outubro. Caso uma segunda rodada de votação seja necessária, ela está marcada para o dia 30 do mesmo mês.
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