Religioso interrompeu a missa após fieis iniciarem bate-boca por suposta apologia a LulaReprodução/Twitter

Fazenda Rio Grande - O criticado ativismo político de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a celebração de Nossa Senhora de Aparecida, quarta-feira, 12, no Santuário Nacional, em Aparecida, São Paulo, ganhou um novo capítulo na cidade de Fazenda Rio Grande, no Paraná. Na sexta, 14, um padre foi alvo de ataques durante a homilia de fiéis bolsonaristas, que o acusaram de pedir voto ao candidato Luiz Inácio Lula da Silva. O vídeo viralizou nas redes sociais.
"Deus da vida nunca estará ao lado de quem prega a violência", dizia o sacerdote quando interrompeu a eucaristia após ser questionador por uma mulher: "O Deus da vida é a favor do aborto? O senhor está pedindo voto pro Lula?".
O padre negou que estivesse pedindo voto para o candidato do PT e tentou retomar à cerimônia com a oração da Credo, em meio a vaias e aplausos. Às vésperas das eleições do segundo turno, a presença de Bolsonaro em eventos religiosos tem gerado críticas pelo uso político da chamada "maratona" por votos de de eleitores cristãos.
Em Aparecida, o padre Eduardo Ribeiro, que conduzia a cerimônia, chegou a pedir silêncio para dar início à missa após o alvoroço causado pela chegada do presidente à basílica.
"Silêncio na basílica. Prepare o seu coração, viemos aqui para isso",
Repórteres da TV Aparecida e da TV Vanguarda foram hostilizados por apoiadores católicos de Bolsonaro. 
No dia anterior à visita do presidente à Aparecida, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB ) publicou um nota na qual lamentou a "a intensificação da exploração da fé e da religião como caminho para angariar votos no segundo turno".