Edifício sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Ministério da Defesa informou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta quarta-feira (19) que não concluiu o relatório sobre a fiscalização feita no primeiro turno das eleições e afirmou que entregará o relatório completo após o segundo turno. A pasta tinha até fim de hoje para entregar a documentação.
Em ofício ao presidente do TSE, Alexandre de Moraes, a Defesa disse que os dados analisados pela pasta seguem as informações repassadas pela Justiça Eleitoral. A peça ainda aponta possibilidade de inconsistências com o documento final caso seja repassado à Justiça Eleitoral neste momento.
"Ainda, ressalta-se que as ações de fiscalização vêm sendo executadas de acordo com os acessos disponibilizados pela Justiça Eleitoral. Diante do exposto, a emissão de um relatório parcial, baseado em fragmentos de informação, pode resultar-se inconsistente com as conclusões finais do trabalho, razão pela qual não foi emitido", afirmou o Ministério da Defesa.
A pasta ainda disse respeita as regras impostas pela Justiça Eleitoral para a fiscalização do pleito e nega ter entregado alguma informação aos candidatos à presidência da República.
Na terça-feira (18), Moraes, determinou que Ministério da Defesa entregue uma cópia da auditoria das urnas eletrônicas. Ele atendeu um pedido da Rede Sustentabilidade, que argumentou o pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL) para a realização de uma auditoria pelo Exército para garantir a lisura do processo eleitoral.
Fontes do Planalto já disseram nos bastidores que o relatório já foi entregue a Bolsonaro e apontou a confiabilidade das urnas eletrônicas e a lisura do processo eleitoral.
Na visão do comandante do TSE, isso pode ser caracterizado como desvio de finalidade para satisfazer a vontade eleitoral de Bolsonaro. Moraes ainda solicitou informações sobre a verba utilizada para a realização da auditoria.
"As notícias de realização de auditoria das urnas pelas Forças Armadas, mediante entrega de relatório ao candidato à reeleição, parecem demonstrar a intenção de satisfazer a vontade eleitoral manifestada pelo Chefe do Executivo, podendo caracterizar, em tese, desvio de finalidade e abuso de poder", afirmou Moraes em seu despacho.