Brasília - O deputado federal eleito com mais votos no país, Nikolas Ferreira (PL-MG), teve as suas contas oficiais retidas no Twitter e no Instagram na noite desta sexta-feira, 4. Apoiador de Jair Bolsonaro (PL), o parlamentar eleito divulgou, ao longo do dia, uma série de publicações com informações consideradas falsas sobre o processo eleitoral.
A primeira suspensão ocorreu no Twitter. Ao acessar o perfil, aparece o aviso de que aquela conta foi retirada em resposta a uma decisão judicial. Mais tarde, o Instagram de Nikolas Ferreira também foi desativado.
O deputado bolsonarista, que recebeu 1.492.047 de votos, assim como outros aliados do presidente, fizeram publicações com informações falsas sobre supostas irregularidades na apuração de votos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na eleição do último domingo, 30, cujo resultado das urnas garantiu a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PL).
Nas publicações, Nikolas repercute uma live feita no canal 'La Derecha Diário', controlado pelo argentino Fernando Cerimedo, amigo do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que divulga um dossiê apócrifo sobre supostas fraudes nas eleições brasileiras. O conteúdo é repleto de informações falsas e foi usado por aliados de Bolsonaro para levantar dúvidas sobre o resultado das eleições.
A live rapidamente foi usada por aliados bolsonaristas, incluindo Nikolas, para disseminar a desinformação. O principal argumento apresentado no vídeo é de que cinco modelos de urnas eletrônicas usadas na eleição deste ano registraram mais votos para o petista Luiz Inácio Lula da Silva do que para o presidente Jair Bolsonaro (PL). Esses modelos, diz o dossiê, não teriam sido submetidos a testes de segurança. Apenas a urna 2020 teria passado pelo crivo de peritos de universidades federais e das Forças Armadas. Para entender
O argentino Fernando Cerimedo, dono do canal La Derecha Diario, que apresenta dossiê com informações falsas da eleição no Brasil. No entanto, como mostrou o Estadão, essa informação é falsa porque todos os modelos da urna já tinham sido submetidos a teste. Quando os militares apresentaram mais de 80 questionamentos ao TSE sobre a urna eletrônica, uma das principais cobranças era que apenas o modelo 2020 não tinha sido submetido à testagem.
Por isso, o Ministério da Defesa insistia que essa inspeção técnica fosse realizada. Os demais aparelhos, fabricados em outros anos e já utilizados inclusive na eleição de 2018 em que Jair Bolsonaro foi eleito, tinham sido submetidos ao chamado Teste Público de Segurança (TPS) em anos anteriores. Diante da pressão dos militares, o TSE submeteu o modelo 2020 a análise de peritos de universidades federais. O vídeo mente ao dizer que os modelos antigos nunca foram testados.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.