Vini Jr foi alvo de racismo dos torcedores do Valencia, em partida pelo Campeonato EspanholJose Jordan/AFP

O jornal Super Deporte, da cidade de Valência, estampou na capa uma crítica ao fechamento da arquibancada Mario Kempes, do Estádio Mestalla, por cinco jogos. Esta, vale lembrar, foi uma das punições do Comitê de Competição da Federação Espanhola de Futebol ao Valencia por causa dos ataques racistas a Vini Jr.
"Mestalla não é racista, e fechar a arquibancada Mario Kempes é uma vergonha sem precedentes", diz a capa do jornal.
Ainda na capa, o Super Deporte diz que o racismo é "um flagelo que deve ser erradicado do futebol e da sociedade". O periódico também diz que os insultos contra o brasileiro e contra quem quer que seja deve ser condenado, e os autores precisam ser punidos. No entanto, afirma que o Real Madrid "instrumentaliza" a questão e fez uma campanha "danosa" sobre o Estádio Mestalla, o Valência e a cidade.
Vale destacar que o jornal tem diminuído tanto os ataques raciais que Vini Jr sofreu quanto a defesa do técnico Carlo Ancelotti ao jogador. Na capa de segunda-feira, um dia após o ocorrido, o Super Deporte estampou a seguinte frase: "Ancelotti, não minta. Vinícius, não provoque". O periódico classificou o ocorrido como "condenável", mas "totalmente isolado". 
Já na capa de terça-feira, voltou a minimizar o caso de racismo e disse que o Valência e os torcedores já foram vítimas "da arbitragem e de decisões tremendamente injustas". O periódico ainda diz: "Ancelotti pôs em foco os torcedores ao denunciar falsamente que todo o Mestalla havia cantado 'mono, mono (macaco, macaco)' a Vinícius ao invés de 'tonto, tonto'. O brasileiro respondeu com outra falta de respeito".
Já no site, o Super Deporte critica a Federação por ter revogado a expulsão de Vinícius no jogo contra o Valência e classifica a decisão como "surreal". No entanto, o jornal não explica seu ponto de vista, apenas reproduz a decisão da entidade.
Cabe explicar que o brasileiro foi expulso já nos acréscimos de partida. Ele, primeiro, sofreu os ataques racistas, e o jogo foi paralisado, mas acabou retomado minutos depois.
Posteriormente, houve uma confusão, e o brasileiro foi expulso após uma revisão do juiz no VAR. O grande ponto é que o árbitro de vídeo mostrou apenas o tapa de Vinícius no atleta do Valencia e deixou de fora o "mata-leão" que Vinícius havia sofrido antes.
Por isso, aliás, a Federação Espanhola demitirá o árbitro de vídeo em questão e mais seis profissionais (clique aqui e saiba mais).
"Manipular imagem é coisa séria. Vini Jr. foi atacado antes pelo goleiro e depois por Hugo Duro. Se te atacarem, você tem que se defender. É o que aconteceu", disse Ancelotti, na coletiva desta terça-feira.